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Comissão da UA e CEDEAO condenam golpe no Burkina Faso, mas instabilidade continua


Militares nas ruas da capital de Burkina Faso, Ouagadougou, 30 Setembro 2022
Militares nas ruas da capital de Burkina Faso, Ouagadougou, 30 Setembro 2022

Segundo golpe militar em novo meses

O presidente da Comissão da União Africana (UA) condenou "de forma inequívoca" o golpe de Estado no Burkina Faso, assumido na sexta-feira, 30, por um grupo de soldados descontentes com o tenente-coronel Paul-Henri Sandaogo Damiba, líder da Junta Militar que depos o Presidente Roch Marc Christian Kabore a 24 de Janeiro.

Em comunicado emitido em Addis Abeba, neste sábado, 1, Moussa Faki Mahamat expressou "profunda preocupação com o ressurgimento de mudanças inconstitucionais de Governo no Burkina Faso e noutros lugares do continente africano".

Mahamat pediu às Forças Armadas que se abstenham "imediata e completamente de qualquer ato de violência ou ameaça" à população, às liberdades civis e aos direitos humanos e instou o exército a "garantir o cumprimento estrito dos prazos eleitorais para a restauração da ordem constitucional até 1 de julho de 2024".


No comunicado, o líder da Comissão da UA manifestou o seu o seu apoio à Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), que também condenou o golpe.

Entretanto, apesar da declaração de ontem, hoje, soldados bloquearam as principais vias da cidade, em particular no bairro de Ouaga 2000, onde se encontra o edifício da Presidência, enquanto helicópteros sobrevoavam a capital e os comerciantes voltavam a fechar as suas lojas.

Desconhece-se se esses soldados são fieis a Damiba ou ao novo líder da Junta Militar, capitão Ibrahim Traoré, até agora comandante do corpo do Regimento de Artilharia Kaya, no norte do país.

Ontem, soldados entraram nas instalações da rádio e da televisão pública e aunciaram a destituição de Damiba, a suspensão da Constituição, o encerramento de fronteiras terrestres e aéreas e a dissolução do Governo e da Assembleia Legislativa de Transição.

Tal como no golpe de Janeiro, os soldados justificaram a acção com a incompetência dos líderes em pararem o avanço dos rebeldes islâmicos no país.

C/AFP

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