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Cisão entre Eduardo dos Santos e João Lourenço vem a público


José Eduardo dos Santos, em campanha por João Lourenço em Agosto de 2019
José Eduardo dos Santos, em campanha por João Lourenço em Agosto de 2019

A cisão entre o presidente João Lourenço e o seu predecessor José Eduardo dos Santos veio ontem subitamente a público devido a diferendos sobre a deslocação de Eduardo dos Santos a Espanha onde regularmente recebe cuidados médicos.

A presidência de João Lourenço acusou Eduardo dos Santos de não respeitar normas protocolares e ter rejeitado um apelo pessoal do presidente para seguir essas normas.

Uma nota de imprensa da presidência afirma que “ a surpreendente decisão do ex-Presidente da República se fazer transportar em aeronave comercial estrangeira, em detrimento da própria companhia de bandeira TAAG na sua deslocação à Europa, contraria diligências protocolares e logísticas desencadeadas pelo Estado angolano nas últimas semanas, que pôs à sua disposição uma aeronave compatível com o seu estatuto”.

A nota torna claro que Eduardo dos Santos rejeitou mesmo um contacto pessoal de João Lourenço que se deslocou à residência do ex presidente para o tentar dissuadir a aceitar “as normas e os princípios de protocolo atendíveis”.

“Tão logo o Executivo soube da intenção, por parte do ex-Presidente da República, de rejeitar a utilização do meio aéreo contratualizado, foram accionados todos os canais de diálogo e persuasão em ordem a prevalecer as normas e os princípios de protocolo atendíveis, sem que, contudo, tais esforços desembocassem numa solução para o impasse, nem mesmo depois de hoje, pelas 17 horas, o Presidente da República, João Lourenço, se ter deslocado e falado com o ex-Presidente na residência deste, ao Miramar”, afirma nota.

A presidência disse que apesar disso foram assegurados “todos os aspectos logísticos e financeiros relacionados com a atenção médica a que se submeterá o ex-Presidente José Eduardo dos Santos em Espanha”.

“O Executivo lamenta profundamente tal atitude, cujas consequências não são da sua responsabilidade”, acrescenta a nota de imprensa da presidência.

A declaração não revela contudo quaisquer pormenores sobre os argumentos que Eduardo dos Santos teria apresentado ao Presidente para se recusar a viajar numa “aeronave compatível com o seu estatuto” ou mesmo a viajar na TAAG.

Eduardo dos Santos não emitiu até agora qualquer declaração.

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