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Cimeira Rússia-África: Ausência de Cabo Verde é "sinal de protesto"


José Maria Neves, Presidente de Cabo Verde, Praia, Cabo Verde, 26 Abril 2023
José Maria Neves, Presidente de Cabo Verde, Praia, Cabo Verde, 26 Abril 2023

Presidente José Maria Neves diz que Cabo Verde é um país de paz, e quer que os conflitos sejam resolvidos de forma pacífica.

"Sinal de protesto", é como o Presidente da República de Cabo Verde justifica a decisão de não participar na Cimeira Rússia-África que decorre quinta, 27, e sexta-feira, 28, em São Petersburgo.

Depois de, também hoje, o primeiro-ministro Ulisses Correia e Silva ter dito que o seu Governo não estará presente para não participar em nenhum acto que possa indicar apoio à guerra, José Maria Neves reforçou que "Cabo Verde não participou, digamos, em sinal de protesto por esta situação difícil, porque passa a humanidade, e sobretudo, por causa dessa guerra na Ucrânia”.

Ao falar à margem de um evento religioso em Achada Lém, no muncípio de Santa Catarina, sua terra natal, Neves reforçou que a ausência da cimeira "é um sinal que Cabo Verde dá porque Cabo Verde é um país de paz, e quer que os conflitos sejam resolvidos de forma pacífica, de forma negociada e que respeitamos a integridade territorial dos países".

O Chefe de Estado reiterou que a guerra "não faz sentido" e que "devemos neste momento, é criar todas as condições para que haja diálogo entre as partes e haja uma solução negociada deste conflito”, justificou o chefe de Estado, em declarações aos jornalistas, em Achada Lém, Santa Catarina, à margem de um evento religioso.

De manhã, na cidade da Praia, antes de uma cerimónia oficial, o primeiro-ministro afirmou que, no contexto de guerra, Cabo Verde não pode indicar qualquer apoio à invasão.

“Fomos coerentes desde o primeiro momento, condenamos a invasão da Rússia à Ucrânia nos fóruns próprios a nível das resoluções das Nações Unidas e continuamos com a mesma opção, de até esta guerra terminar não termos nenhuma ação que possa ser considerada como apoio à invasão”, afirmou Ullisses Correia e Silva.

Dos países africanos de língua portuguesa, apenas Cabo Verde estará ausente do evento em que participam 17 presidentes dos 54 Estados africanos.

Filipe Nyusi, de Moçambique, e Umaro Sissoco Embaló, da Guiné-Bissau, marcarão presença, com Nyusi a ter um encontro com o anfitrião Vladimir Putin.

Angola envia o ministro das Relações Exteriores, Tete António, e o embaixador de São Tomé e Príncipe em Lisboa e Moscovo, António Quintas, representará o seu país.

Moscovo informou que 47 dos 54 países estarão representados da Cimeira em que o Governo russo espera assinar com os Estados africanos um “Plano de acção até 2026” e uma série de documentos bilaterais.

Num comunicado divulgado hoje, o Kremlin disse que o plano terá "abordagens coordenadas para o desenvolvimento da cooperação russo-africana".

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