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Chefe de Estado-Maior das Forças Armadas são-tomenses demite-se e PM aguarda investigações


Olinto Paquete, chefe do Estado-Maior das Forças Armadas de São Tomé e Príncipe, São Tomé, 1 Dezembro 2022
Olinto Paquete, chefe do Estado-Maior das Forças Armadas de São Tomé e Príncipe, São Tomé, 1 Dezembro 2022

Olinto Paquete diz considerar-se traído pelos seus próprios militares quanto aos actos de tortura que tiveram lugar no quartel general

O Chefe Estado Maior das Forças Armadas São-tomenses demitiu-se do cargo nesta quinta-feira, 1, na sequência dos acontecimentos à volta da alegada tentativa de golpe de Estado no país na passada sexta-feira.

Olinto Paquete considera-se traído pelos seus próprios militares quanto aos actos de tortura que tiveram lugar no quartel general e formalizou o seu pedido de demissão ao Presidente da República e Comandante Supremo das Forças Armadas, Carlos Vila Nova, prontamente aceite.

“Tudo isto parece-me tratar-se de uma encomenda que obedeceu um plano que culminou ontem com a divulgação de imagens de coisas que não tinha conhecimento”, disse Paquete ao referir-se a imagens de actos de tortura contra Arlécio Costa e outros quatro homens alegadamente envolvidos na tentativa de golpe de Estado.

“Informaram-me com dados falsos, proferi informações falsas à nacção e peço desculpas”, concluiu o Chefe de Estado Maior das Forças Armadas, que apresentou a sua demissão depois de um encontro prolongado nesta quinta-feira, 01, com o Presidente da República, primeiro-ministro, ministro da Defesa, e outras altas chefias militares.

Quase uma semana após os acontecimentos o governo fez nesta quinta-feira, 1, uma denúncia ao Ministério Público para que investigue a violência e os actos de tortura contra as pessoas detidas e mortas no quartel.

A decisão foi tomada após terem circulado ontem nas redes sociais novos vídeos de actos considerados pelo Governo como “cruéis e desumanos”.

Ontem, o primeiro-ministro reagiu às acusações de Delfim Neves, antigo presidente do Parlamento, apontado de ser o mandante da alegada tentativa golpista e o seu advogado que o apontaram Patrice Trovoada como orquestrador do acto com o objetivo de incriminar políticos adversários.

“Não quero entra em polémica com o senhor Delfim Neves e o seu advogado. Só tenho a dizer que eu acredito que a justiça com o apoio da polícia científica e investigadores internacionais, Portugueses, vão desvendar este caso”, conclui o chefe do Governo.

Delfim Neves afirmou depois de ter sido libertado pelo tribunal da primeira instância, sob termo de identidade e residência, que só está vivo “graças à pressão da comunidade internacional”.

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