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Centro de Integridade Pública critica opção do Governo moçambicano por militares privados


Filipe Nyusi visita tropas em Cabo Delgado (Foto de Arquivo)
Filipe Nyusi visita tropas em Cabo Delgado (Foto de Arquivo)

Sem dar detalhes, Executivo contrata militares privados estrangeiros para combater insurgência

O Governo de Moçambique vai estender, pela segunda vez, o contrato com a empresa militar privada sul-aftricana, Dyck Advisory Group (DAG), para combater a insurgência na província de Cabo Delgado, num processo sem transparência, acusa o Centro de Integridade Pública (CIP), adiantando que o Executivo terá também contratado a empresa Paramount para o mesmo objectivo.

Centro de Integridade Pública critica opção do Governo moçambicano por militares privados
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A DAG, desde Abril de 2020, ajuda as Forças de Defesa e Segurança (FDS) a combater os insurgentes que há cerca de três anos aterrorizam a província de Cabo Delgado.

O CIP afirma não perceber a essência desta decisão do Governo, uma vez que Moçambique tem forças armadas com vocação de defender a pátria.

E para o CIP, o mais preocupante é que há informações de que estão a operar no país, empresas militares privadas a defender, sem que isso tenha sido comunicado aos moçambicanos.

Para além de estender o contrato com a DAG, o Governo terá também contratado a empresa militar privada, Paramount, igualmente sul-africana.

"A coberto do segredo de Estado, o Governo está a recorrer, desde Setembro de 2019, à contratação de empresas militares privadas, para ajudar a combater a insurgência em Cabo Delgado, sem prestar contas aos moçambicanos, seja em termos de gastos despendidos, seja em benefícios que se obtêm com o recurso a militares privados", destaca aquela organização da sociedade civil de promoção da transparência e boa governação.

Para o CIP, o recurso a empresas militares privadas, pelo Governo, para combater a insurgência em Cabo Delgado, "mostra-se uma decisão de alto risco e ineficaz. Para além da falta de transparência e prestação de contas sobre os contratos, as empresas militares privada não conseguem travar o avanço dos isurgentes, que têm estado a ganhar mais espaço no terreno, com ataques e ocupação de sedes distritais".

Por outro lado, e de acordo ainda com aquele Centro, "há sinais de mau relacionamento entre as empresas militares privadas e as Forças Armadas de Defesa de Moçambique, devido ao facto de as empresas privadas estarem a trabalhar com a polícia, cuja vocação não é a de combater a insurgência".

Segundo o CIP, numa recente emboscada montada por insurgentes, terão morrido "dezenas de elementos das forças de defesa e segurança moçambicanas".

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