A visita do primeiro-ministro português, António Costa, a Angola pode significar o início de uma “era” nas relações entre Luanda e Lisboa, como admitiu o Chefe do Governo luso.
Analistas, no entanto, assinalam que esse retomar das relações irá sobrepor-se ao “caso Manuel Vicente”, o antigo vice-Presidente angolano, acusado de corrupção pela justiça portuguesa.
Há quem diga que o caso será julgado em Luanda ou em Lisboa.
Angola e Portugal vão assinar o Acordo de Cooperação Estratégica que, segundo o chefe de Governo português, António Costa, é “um sinal de confiança para o aprofundamento das relações económicas".
A visita tem lugar, conforme notam analistas, no fim da era de José Eduardo dos Santos e início de outra.
Para Gilberto das Neves, especialista em Relações Internacionais nos últimos quatro anos, as relações entre Angola e Portugal tinham sido marcadas por tensão judiciais.
Com repercussões politicas e de relacionamento bilateral.
"A tensão política estava bastante alta e havia repercussões políticas e de relacionamento bilateral", sublinha.
A mesma opinião tem o jurista Manuel Pinheiro quem afirma terem as autoridades angolanas e portuguesas “eliminado o imbróglio que existia”.
Pinheiro diz ainda que a visita não vai interferir no processo-crime que decorre em Luanda contra o antigo vice-presidente angolano Manuel Vicente, pelo facto de as autoridades judiciais angolanas estarem apenas a cumprir um mandato das autoridades judiciais portuguesas.
Ele acredita que caso Angola não julgue Vicente, os tribunais portugueses poderão sempre retomar o processo.
A visita de Costa a Angola, com forte enfoque na economia, termina amanhã.