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Caos político marca a semana na África do Sul


Julius Malema e colegas no parlamento
Julius Malema e colegas no parlamento

Zuma diz que o Parlamento precisa de ser disciplinado.

África do Sul teve uma semana de tensões políticas, com a oposição a insistir em desafiar o presidente Jacob Zuma.

Caos político, violência e destruição, foi assim como muitos descreveram a semana naquele país.

No Parlamento, a oposição manteve a sua promessa de desobedecer o presidente Jacob Zuma. Deputados do partido Combatentes pela Liberdade Económica sabotaram a intervenção de Zuma sobre o orçamento, na quarta-feira.

Os deputados liderados por Julius Malema exigiram a retirada de Zuma do Parlamento.

No final, eles foram retirados violentamente por forças de segurança.

No seguinte, todos os partidos da oposição, excepto um, boicotaram a sessão de perguntas e respostas com Jacob Zuma em torno do orçamento.

Zuma atribuiu a culpa pelo ambiente vivido no dia anterior à presidente do parlamento, Baleka Mbete.

Ele disse que ela “deverá impor a disciplina” no parlamento para não ouvir mais questões embaraçosas nas suas viagens por África.

Mas a tensão não foi apenas no parlamento.

Os residentes de Vuwani, a norte do país, queimaram 19 escolas usando bombas de fabrico doméstico.

Eles protestavam a decisão do governo de colocar a zona noutro município, o que julgam ser uma forma de procurar conquistar mais votos para o ANC nas próximas eleições.

David Mahlobo, ministro da segurança, explicou que foi preciso mandar forças especiais para rapidamente normalizar a situação naquela zona, e ter registo dos mentores.

Desde o fim do Apartheid, em 1994, A África do Sul é governada pelo ANC.

Zuma, com escândalos de corrupção, tem estado a perder o apoio dentro seu partido.

Os deputados da oposição tentaram impugnar Zuma, em Abril, depois de os juízes terem concluído que ele violou a constituição.

Na semana passada, o Tribunal Supremo ordenou uma nova avaliação de cerca de 800 acusações de corrupção contra Zuma.

Analistas dizem que, nas eleições locais de 3 de Agosto, será conhecido o impacto dessa decisão sobre a imagem do ANC.

"A situação não marca o fim do ANC, pelo menos a curto prazo. Poderá ser uma indicação de que o ANC precisa de reformas para manter a sua base social,” disse Gideon Chitanga, investigador do Centro de Estudos de Democracia da Universidade de Joanesburgo.

Outros analistas advertem que haverá mais instabilidade no país, mas tal não implicará necessariamente a retirada de Zuma.

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