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Cabo Verde: Ministro Paulo Rocha não se demite e refuta suposto envolvimento em morte de traficante


Paulo Rocha, ministro da Adminisração Interna de Cabo Verde
Paulo Rocha, ministro da Adminisração Interna de Cabo Verde

Oposição pede esclarecimentos sobre investigação à morte de um traficante quando era director da Polícia Judiciária e analistas defendem seu afastamento

A informação de que a Procuradoria-Geral da República (PGR) de Cabo Verde está a investigar o susposto envolvimento do ministro da Administração Interna, Paulo Rocha, na morte de um traficante que estava forajido, em 2014, quando ele era director da Polícia Judiciária (PJ), marcou as discussões no Parlamento nesta quarta-feira, 5.

O PAICV, na oposição, entende que o governante deve prestar todos os esclarecimentos dada a gravidade do caso e o MpD, no poder, considera que não se deve proteger os fora da lei "bandidos".

Em declarações à VOA, Paulo Rocha refuta as suspeitas, diz que são manobras bem montadas para manchar o seu nome e garante que não se demite.

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O Governo lembrou que o ministro não foi constituído arguido e sequer foi notificado, como confirmou o Ministério Público.

Para o jurista João Santos, num Estado de Direito democrático, nenhum cidadão, mesmo que seja indiciado de crime, pode ser morto nas circunstâncias que envolveram este caso.

"O ministro tem responsabilidade ética e política, por isso deve da rsatisfação e se isso conduz à sua demissão, ele deve afastar-se, uma vez que em relação a um governante não pode haver suspeição dessa natureza'', defende aquele professor universitário.

Na mesma linha de pensamento, o antigo conselheiro presidencial e analista político António Ludgero Correia diz que o mais sensato é o ministro da Administração Interna pedir o afastamento do Executivo, “visando o esclarecimento e também para salvaguardar não só a sua imagem como a do próprio Governo”.

Instado a pronunciar-se sobre o caso na terça-feira, 4, após a apresentação de cumprimentos de Ano Novo ao Chefe de Estado, o Procurador-Geral da República escusou-se a falar.

Luís Landim disse que se trata de um assunto “que está sob segredo de justiça”.

Paulo Rocha reage e vai ate "às últimas consequências"

Em declarações à VOA, o ministro Paulo Rocha refuta as acusações, afirmando tratar-se “de manobras bem montadas para manchar o seu bom nome, da Polícia Judiciária e do próprio Estado”.

O titular da pasta de Administração Interna assegura que, para já, não aventa a possibilidade de se demitir, porquanto se o fizesse seria uma forma “de se dar ouvidos e promover calúnias e o assassinato político das pessoas”.

Rocha conclui dizendo que levará este caso “ate às últimas consequências” para salvaguardar a sua imagem e o bom nome.

A 28 de Dezembro, o portal Santiago Magazine noticiou que a Procuradoria da República da Praia está a investigar o actual ministro da Administração Interna e ex-director da Polícia Judiciária, Paulo Rocha - e outros elementos da PJ -, por alegado envolvimento, em circunstâncias pouco claras, no “homicídio agravado” de Zezito Denti d’Oru, tido como o autor material do assassinato, a sangue frio, da mãe da inspectora, Kátia Tavares, em 2014, supostamente a mando de Paulo Pereira, principal elemento do grupo de narcotráfico condenado no âmbito do processo Lancha Voadora, que desmantelou uma das maiores redes de tráfico de droga em Cabo Verde

Em reacção, o Ministério Público limitou-se a informar que decorrem na Procuradoria da República da Comarca da Praia, os autos de instrução registados na sequência da morte de um indivíduo do sexo masculino, de 39 anos de idade, ocorrida no dia 13 de Outubro de 2014, em Cidadela, no âmbito de uma operação policial promovida pela PJ.

A mesma fonte acrescentou que ninguém foi constituído arguido nem notificou o actual ministro da Administração Interna, que na altura do crime desempenhava funções de director da PJ para prestar qualquer declaração nos referidos autos, nem mesmo na qualidade de testemunha.

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