O ministro do Mar de Cabo Verde, Paulo Veiga, revelou nesta quarta-feira, 2, ter pedido a exoneração do cargo, confirmando a notícia avançada pela imprensa cabo-verdiana no fim de semana.
A saída de Veiga é considerada por observadores políticos como consequência da derrota do candidato do partido no poder, MpD, à eleição presidencial de 17 de Outubro, Carlos Veiga, do qual foi director nacional de campanha, além de ser primo dele.
“Porque acredito que a nobreza da política reside na assunção individual de responsabilidades a cada momento, em coerência com a minha consciência política, solicitei minha exoneração com a pretensão de tirar todas as consequências políticas e poder continuar a servir o meu país com a máxima dignidade e sentido de estado, enquanto deputado nacional, numa altura tão crítica da vida do país”, escreveu o ministro demissionário na sua página do Facebook, onde anunciou também ter entregue o seu pedido de exoneração ao primeiro-ministro Ulisses Correia e Silva.
Na nota enviada às redacções, por seu lado, Paulo Veiga realçou ter trabalhado “com seriedade e comprometimento, convicto de que alcançamos resultados importantes, num contexto de grandes dificuldades”.
“Agradeço, reconhecido, a honra e o privilégio de ter participado no Governo, servindo Cabo Verde e os cabo-verdianos”, acrescentou.
Ao considerar a sua “decisão irreversível”, reiterou que retomará o seu lugar de deputado, “cargo para o qual fui eleito directamente pelo povo e para o qual penso, continuo a ter condições politicas para exercer até ao final do mandato”.
Paulo Veiga não avança as razões do seu pedido, mas fontes da imprensa e informações postas a circular nas redes sociais indicavam que ele terá revelado a sua insatisfação pela forma como o partido no poder envolveu-se na campanha de Carlos Veiga que terminou com a sua terceira derrota na corrida à Presidência da República.
O primeiro-ministro que encontra-se no exterior ainda não se pronunciou.