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Cabo Verde: Ante aumento da violência, PM cria cargo de secretário de Segurança Interna


Ulisses Correia e Silva, primeiro-ministro de Cabo Verde
Ulisses Correia e Silva, primeiro-ministro de Cabo Verde

Antigo Chefe de Estado Maior das Forças Armadas adverte para a necessidade de outras medidas para combater a violência

O aumento do número de assaltos, roubos e brigas entre grupos de jovens rivais com incidência na cidade da Praia, capital do país, tem preocupado os cidadãos e as autoridades.

Ante o aumento da violência, com críticas de vários sectores, o primeiro-ministro anunciou nesta quarta-feira, 1, a criação da figura do secretário de Segurança Interna.

Apenas no passado mês de Agosto, foram registados 7 homicídios na capital cabo-verdiana contra dois no mesmo período do ano passado, segundo dados da Polícia Nacional (PN).

Entretanto, de Janeiro a Agosto, houve 18 homicídios, menos quatro em relação aos registados no mesmo período de 2020.

Ao assistir ao anúncio nesta quarta-feira, 1, pelo director nacional da PN, Emanuel Moreno, de uma mega-operação realizada ontem que envolveu 180 agentes da PN e da Polícia Judiciária, o primeiro-ministro reafirmou a determinação do Governo em reforçar mecanismos para manter a ordem e segurança interna.

Ulisses Correia Silva disse que se, por um lado, as autoridades devem "investir mais no sentido da diminuição das desigualdades, na criação de empregos, no combate ao tráfico de drogas e aplicação da lei do álcool", devem, por outro lado, dar "combate sem tréguas à criminalidade e punir exemplarmente os infractores".

O chefe do Executivo anunciou a criação da figura de secretário de Segurança Interna", que terá a missão de garantir uma maior e melhor articulação entre as diferentes forças policiais e outros parceiros.

Para o antigo Chefe de Estado Maior das Forças Armadas, Brigadeiro Antero Matos, não basta apenas a criação de mais uma estrutura sem que a mesma tenha condições efectivas para desempenhar da melhor forma a respectiva missão.

Matos lembra as dificuldades enfrentadas pelo antigo Conselheiro da Segurança Nacional para desempenhar cabalmente as suas funções.

"O mais importante é criar as condições para que possa ser funcional e não apenas uma figura de estilo criada para dar satisfação em determinados momentos", frisa o ex-CEMFA.

A figura de secretário de Segurança Interna será dotada de um quadro alargado de atribuições e poderes como órgão permanente de coordenação e acompanhamento de actuação quotidiana das forças e serviços que concorrem directamente para a segurança interna.

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