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Cabo Delgado: PR e analistas políticos com leituras diferentes sobre segurança na província


Presidente de Moçambique, Filipe Nyusi, em campanha eleitoral para as presidenciais em outubro de 2019.
Presidente de Moçambique, Filipe Nyusi, em campanha eleitoral para as presidenciais em outubro de 2019.

Especialistas apontam falta de estratégias ou de meios para reinstalar a segurança na província

O Presidente moçambicano manifestou recentemente otimismo no travar da violência armada em Cabo Delgado, dado o empenho das Forças de Defesa e Segurança no terreno, mas analistas políticos dizem que sem uma estratégia convincente vai ser difícil alcançar este desiderato.

Cabo Delgado: PR e analistas políticos com leituras diferentes sobre segurança na província
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Filipe Nyusi, que falava num encontro com os recém-eleitos autarcas da Frelimo, assumiu preocupação com as ações terroristas, mas afirmou acreditar na melhoria da situação de segurança em Cabo Delgado "porque as Forças de Sefesa e Segurança juntamente com os seus parceiros estão a fazer o seu maximo,e estamos otimistas que as coisas vão mudar’’.

Leitura diferente tem a activista Fátima Mimbire para quem "a apatia do Governo está a agravar a situação toda e pode revelar, por um lado, que o Governo esgotou toda a sua criatividade para resolver a situação de Cabo Delgado e, por outro, que o Governo não está preocupado com a situação’’.

O sociólogo e analista político João Feijó diz, por seu turno, que travar a violência armada em Cabo Delgado vai ser difícil porque não sabe se "o Governo tem uma estratégia contra a insurgência montada, ou se tem não está em condições para implementá-la".

Por seu turno, o analista político Fernando Lima é de opinião que as Forças de Defesa e sSegurança estão sem meios para um combate eficaz ao terrorismo, sobretudo para o patrulhamento da extensa costa moçambicana.

‘’São precisos muitos meios em termos de barcos, radares para a recolha de informações para se fazer um combate eficaz’’, destaca Lima.

"Terrorismo pode dividir" o país

A província de Cabo Delgado está a registar uma nova vaga de ataques jihadistas, que já provocaram várias centenas de deslocados.

Entretanto, nesta sexta-feira, 15, o Presidente molambicano alertou que "o terrorismo pode-nos dividir" o país.

"(...). Se brincarmos, nós podemos ficar sem pátria", disse Filipe Nyusi ao intervir na cerimónia de graduação na Academia de Ciências Policiais (Acipol).


Ele reiterou que o problema em Cabo Delgado passa pela união dos moçambicanos e as forças estrangeiras que apoiam o país no combate aos grupos armados em Cabo Delgado devem ser acarinhadas.

"Nós temos de estar unidos. (...) O terrorismo é uma das únicas coisas em que o mundo todo se junta para combater. A região juntou-se para combater o terrorismo. Então como é que o próprio país, que vive o próprio terrorismo, não se junta para o combater", questionou Nyusi, quem sublinhou que "nós não temos força moral para falar mal de quem vem nos ajudar".

O Chefe de Estado voltou a rejeitar o argumento de que a pobreza está na origem da guerra em Cabo Delgado, e apresentou exemplos de locais pobres que não tên terrorismo e reiterou a sua oposição ao diálogo com os insurgentes, como defenderam recentemente a Renamo e o MDM, os dois partidos no Parlamento.

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