A província de Cabo Delgado está a ser assolada por uma preocupante nova vaga de ataques jihadistas, vista como uma acção reactiva da insurgência, por detrás da qual está a aproximação do anúncio da retomada do projeto de gás da TotalEnergies em Palma.
O analista político Fernando Lima diz que os rebeldes se espalharam agora por um território mais alargado e, do ponto de vista táctico, os seus ataques mostram que as diversas forças militares revelam lacunas.
“Estamos, igualmente, numa situação de transição em que as tropas da SADC estão em vias de sair do território moçambicano, e portanto o seu performance operacional é muito menor do que era, porque, inclusivamente, as ações que noticiamos são exactamente na área da responsabilidade da força da SADC’’.
Para Fernando Lima, são os mesmos problemas que sempre aconteceram, nomeadamente, falta de meios para enfrentar o jihadismo, o que significa que é preciso melhor serviço de recolha de informação e uma base melhor para operações.
Contudo, Lima considera que até agora as ações jihadistas não podem adiar o anúncio da retomada do projecto de gás da TotalEnergies, ‘’mas se as mesmas se multiplicarem no terreno e se o desempenho das tropas moçambicanas e internacionais não for bom, certamente que isso irá levantar pontos de interrogação em relação ao arranque do empreendimento’’.
Esta nova movimentação de terroristas nos distritos mais a sul de Cabo Delgado cria uma vaga de deslocados, numa altura em que as organizações de ajuda queixam-se de falta de meios.
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