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Cabo Delgado: “Bispo Dom Luíz Lisboa está tranquilo”, apesar da acusação de ser apoiante de insurgentes


Dom Luíz Lisboa, Bispo de Pemba, Cabo Delgado, Moçambique
Dom Luíz Lisboa, Bispo de Pemba, Cabo Delgado, Moçambique

O bispo Dom Luiz Fernando Lisboa “está tranquilo”, apesar da acusação de ser apoiante do grupo de insurgentes, que desde 2017, aterrorizam a população de Cabo Delgado, disse à VOA o missionário Latifo Fonseca, da diocese de Pemba,

“Diante de qualquer calúnia, ele pode sofrer como humano, mas pela missão ele está tranquilo. Ele sabe que ao querer defender os pequenos pode sofrer isso,” disse Fonseca.

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Fonseca sublinha que o bispo tem “a consciência limpa, tranquila, sofrendo somente, porque a situação nossa (Cabo Delgado) não está boa, por causa da guerra, Covid e deslocados”.

Num artigo publicado no seu Facebook, Gustavo Mavie, ex-diretor da Agência de Informação de Moçambique, disse que “um dos estrangeiros que têm estado na vanguarda dos que injustamente criticam o Governo de Nyusi e as Forças de Defesa e Segurança que dia e noite arriscam as suas vidas para combater os terroristas em Cabo Delgado é, sem dúvida, o actual Bispo de Pemba, Luiz Fernando Lisboa.

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O artigo de Mavie, membro da Comissão Central de Ética Pública, teve o apoio de Egídio Vaz, um comentarista que é visto como apoiante de Nyusi.

“Acabo de ler o longo texto de Gustavo Mavie sobre o bispo católico de Pemba. Concluo que ele é de facto, um dos logísticos dos terroristas. É ele quem dá comida aos insurgentes,” escreveu Vaz, também no seu Facebook.

Vaz escreveu ainda que “ele (bispo) é um criminoso” e que não sabe por quê o “Estado moçambicano ainda mantém o DIRE”. O DIRE é o documento de identificação de estrangeiros residentes em Moçambique.

Estes textos foram pubicados após o presidente Nyusi ter afirmado, em Cabo Delgado, na semana passada, que "lamentamos por aqueles moçambicanos, que bem protegidos, levam de ânimo leve o sofrimento de quem os protege, incluindo alguns estrangeiros que livremente escolheram viver em Moçambique mas que, em nome camuflado dos direitos humanos, não respeitam o sacrifício dos que mantém erguida esta jovem pátria, e garantir a sua estadia em Cabo Delgado e em Moçambique em geral”.

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A culpa não do mensageiro

O padre Fonseca disse à VOA que o bispo Lisboa mantem boas relações com as autoridades em Pemba.

E quanto à acusação, Fonseca disse que “ainda não tivemos uma posição oficial do Estado”.

Para o político Manuel de Araújo, da Renamo, a acusação é preocupante, uma vez que é contra um religioso que foi um dos primeiros a denunciar o sofrimento de milhares de moçambicanos vítimas da insurgência em Cabo Delgado.

“Aconteceu uma situação similar com o professor Gilles Cistac. Membros do G40 (apoiantes do partido Frelimo, no poder) começaram por assassinar o seu caráter e depois se efectuou o seu assassinato. Agora está a acontecer com o Bispo de Pemba e espero que não deem o passo a seguir.

“A culpa não é do mensageiro”, disse Araújo, para quem as autoridades devem abordar as reais causas da insurgência.

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