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Autoridades brasileiras investigam "paraíso fiscal" em Angola


Agentes do Ministério Público brasileiro (Arquivo)
Agentes do Ministério Público brasileiro (Arquivo)

As autoridades brasileiras investigam denúncias de que parte do dinheiro da corrupção de empresas estatais e empreiteiras do Brasil foi ou está a ser "lavada" por uma rede de cambistas até então desconhecida e com base em Angola.

A informação é avançada pelo portal brasileiro de notícias UOL, que teve acesso a informações exclusivas sobre um dos desdobramentos das investigações da Polícia Federal, que aponta que Angola virou um paraíso fiscal e é "sede" da nova rede de cambistas abastecidos com dinheiro da corrupção.

A força-tarefa investiga se Angola recebeu dinheiro desviado de empresas públicas brasileiras, como a Petrobras, e também movimentações financeiras que teriam sido feitas por brasileiros que retiraram dinheiro de outros países e territórios, como Suíça, Lichtenstein e ilhas Jersey, e mandaram para Angola.

Por agora, as autoridades brasileiras confirmaram pagamentos ilegais feitos a empresas nacionais a Angola, como a Pólis, do publicitário João Santana, que fez a campanha do Presidente José Eduardo dos Santos, em 2012, e de Dilma Rousseff, em 2014.

A mesma fonte revela que como Angola não coopera com o Brasil no fornecimento de dados para as investigações ainda não é possível estimar o montante lavado no pais.

Michelle Ratton Sanchez, professora e coordenadora do Centro de Desenvolvimento Global da Fundação Getúlio Vargas, afirma que Acordo de Cooperação e Facilitação de Investimentos, assinado no ano passado entre Brasil e Angola, não prevê colaboração mútua em investigações sobre lavagem de dinheiro ou ocultação de património.

A UOL lembra que a organização não internacional que monitora a corrupção no mundo, Transparência Internacional, considera Angola um dos países mais corruptos do mundo ao colocá-lo no163o. lugar num total de 167 Estados.

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