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Brasil: Lula da Silva assume terceiro mandato ante elevado número de delegações estrangeiras


Apoiantes de Lula da Silva aguardam posse em Brasília, 1 Janeiro 2023
Apoiantes de Lula da Silva aguardam posse em Brasília, 1 Janeiro 2023

Sessenta e cinco delegações estrangeiras, lideradas por Presidentes da República, um rei, primeiros-ministros, ministros dos Negócios Estrangeiros, primeira dama e outros representantes, participam na posse do Presidente brasileiro, Lula da Silva, que assume neste domingo, 1 de Janeiro, o seu terceiro mandato.

Este é o número mais elevado de delegações estrangeiras presentes numa cerimónia no Brasil, ultrapassando o registado na abertura do Mundial de Futebol de 2016.

João Lourenço, Presidente de Angola, Umaro Sissoco Embaló, Presidente da Guiné-Bissau, José Maria Neves, Presidente de Cabo Verde, e Marcelo Rebelo de Sousa, Presidente de Portugal, participarão na cerimónia, juntamente com o rei da Espanha, os Chefes de Estado da Argentina, Alemanha, Colômbia, Uruguai, Equador, Espanha, Bolívia, Chile, Paraguai, Guiana, Suriname, Honduras, Togo, Peru, Timor Leste e Zimbabwe, bem como primeiros-ministros dos Marrocos, Mali, República da Guiné e São Vicente e Granadinas, a primeira dama do México.

A cerimónia de posse, que está rodeada do maior esquema de segurança da história do Brasil, ante as ameaças de golpe e ataques dos apoiantes do derrotado Presidente Jair Bolsonaro, que deixou o país no dia 30 e não entregará a faixa presidencial a Lula da Silva, como é tradição.

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Muitos dos chamados bolsonaristas acamparam do lado de fora dos quartéis militares desde 30 de Outubro, dia em que Lula derrotou Bolsonaro, questionando os resultados e implorando as Forças Armadas para impedir que Lula assuma o cargo.

Integrantes da equipa de transição classificaram os actos de "terrorismo", algo que o país não via desde o início dos anos 1980 e que gerou crescentes preocupações de segurança sobre os eventos do dia da posse.

Expectativa

"Em 2003, a cerimónia foi muito bonita. Não tinha esse clima mau e pesado", disse Carlos Melo, professor de ciências políticas do Insper, em São Paulo, ao se referir ao ano em que Lula assumiu o cargo pela primeira vez, mas hoje “é um clima de terror".

Tanya Albuquerque, estudante, voou de São Paulo para Brasília e ficou com lágrimas nos olhos ao ouvir os apoiantes de Lula da Silva à chegada de visitantes no aeroporto de Brasília.

"Talvez não tenhamos 300 mil pessoas amanhã como naquela época, estes são tempos diferentes e mais divisivos. Mas eu sabia que não ficaria feliz na frente de uma TV", disse Albuquerque, 23 anos, no sábado.

O Presidente eleito assumiu como missão curar a nação dividida, no momento em que o país navega em condições económicas mais desafiadoras do que nos seus dois primeiros mandatos, quando o boom global das matérias primas provou ser uma sorte inesperada para o Brasil.

Na época, o principal programa de assistência social do seu Governo ajudou a elevar dezenas de milhões de pessoas pobres à classe média.

Em 2010, Lula da Silva deixou a Presidência com um índice de aprovação pessoal de 83%.

Nos anos seguintes, a economia do Brasil mergulhou em duas recessões profundas, a primeira, durante o mandato da sucessora apontada a dedo por ele, Dilma Rousseff, e a segunda durante a pandemia sob a Presidência de Jair Bolsonaro.

Ao preparar para assumir o terceiro mandato, ele apontou como suas prioridades são combater a pobreza e investir em educação e saúde, prometeu acabar com o desmatamento ilegal da Amazónia.

A posse acontece no início da tarde.

C/AP

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