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Brasil: Imprensa deixa de cobrir residência de Bolsonaro por falta de segurança


Manifestação de apoio a Bolsonaro em Brasília (17 Maio 2020)
Manifestação de apoio a Bolsonaro em Brasília (17 Maio 2020)

Os quatro maiores meios de comunicação do Brasil disseram ter retirado seus repórteres da cobertura da residência oficial do presidente Jair Bolsonaro devido à falta de segurança para protegê-los de agressões e abusos por parte de seus apoiantes.

As organizações Globo, proprietaria da maior rede de TV do país, a TV Globo, e os jornais O Globo e Valor Económico, juntaram-se à TV Bandeirantes e aos grandes jornais Folha de S.Paulo e Estado de S.Paulo e decidiram na segunda-feira à noite suspender cobertura por enquanto no Palácio da Alvorada.

Bolsonaro tem o hábito de parar na entrada da residência para conversar com apoiantes, tirar selfies com eles e fazer comentários aos jornalistas. Mas nos últimos dias, os seus apoiantes junto aos portões atacaram os repórteres com ataques verbais furiosos.

Na segunda-feira, cerca de 60 apoiantes criticaram os repórteres em voz alta, chamando-lhes aos gritos de "mentirosos", "escória" e "comunistas". Os ataques a jornalistas intensificaram-se à medida que a situação política de Bolsonaro se deteriorava sob críticas ao que é descrito como forma inadequada de gerir a crise de coronavírus que matou mais de 20 mil brasileiros e paralisou a economia.

Bolsonaro está também sob investigação por supostamente interferir na aplicação da lei e seus apoiantes veem a mídia como parte de um complot para o expulsar da presidência.

A 3 de maio, durante uma manifestação pró-Bolsonaro em Brasília, manifestantes irados derrubaram um fotógrafo da escada de onde tirava fotos, pontapearam-no e socaram no chão quando já estava no chão.

A Folha disse que só retomaria a cobertura quando houvesse garantias de segurança dos jornalistas. A Globo disse em comunicado enviado ao conselheiro de segurança nacional de Bolsonaro, Augusto Heleno, que as "agressões" têm aumentado e que seus repórteres não serão mais enviados para cobertura na residência presidencial porque não é seguro. O escritório de Heleno disse em comunicado que estuda regularmente a situação e tomou "medidas suficientes para garantir segurança adequada."

(Reuters)

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