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Brasil está de volta aos negócios com Angola


Venham dançar em Angola, é o convite de Lula da Silva e João Lourenço aos investidores
Venham dançar em Angola, é o convite de Lula da Silva e João Lourenço aos investidores

Mas há dúvidas quanto a investimentos pedidos por João Lourenço

O Presidente angolano convidou recentemente, empresários brasileiros, a investir em Angola, apontando as varias oportunidades de negócios existentes, com destaque para o Agronegócio, indústria transformadora, automóvel e farmacêutica, dentre outras, no quadro da diversificação da economia e a não dependência do petróleo, seu principal produto de exportação e suporte do Orçamento Geral do Estado (OGE).

Apesar de ter sofrido um abrandamento com a política externa da governação cessante de Jair Bolsonaro, o investimento do Brasil em Angola – principal destino do capital brasileiro em África - terá crescido, entre 2020 e 2021, cerca de 67% para 1,24 mil milhões de dólares, “recuperando o patamar atingido em 2012”, segundo dados avançados esta semana pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex).

Direcionados sobretudo para as infraestruturas, a Odebrecht é a empresa dominante, participando em sete projetos, designadamente no Novo Aeroporto de Luanda; Aproveitamentos Hidroelétricos de Laúca e Cambambe; Porto da Barra do Dande; Refinaria de Petróleo de Cabinda e Fábrica da Biocom.

Quanto aos investimentos de raíz anunciados destaque para a nova sede regional da Transdata ligada a softwares, numa nova sede regional, com valor estimado de 27 milhões de dólares e no agronegócio, num valor não avançado, dentro de um volume que já chegou a a fixar-se em 2021 nos 65 milhões de dólares.

Para o economista, Carlos Rosado de Carvalho, existem potencialidades, mas alerta para a necessidade de um bom ambiente de negócios, afastando alegados casos de corrupção registados anteriormente.

"Não estou a ver empresários brasileiros virem investir em Angola nestas condições de negócios", disse.

Alves da Rocha, outro economista e académico do Centro de Estudos e Investigação da Universidade Católica, defende maior entrosamento entre os potenciais investidores, definição de prioridades e um horizonte temporal para implantação dos projectos.

" O que se passa neste acordos é que não há correspondência entre o Estado angolano e os investidores privados estrangeiro. É preciso analisar quando e onde é alocado o investimento estrangeiro", assinalou.

Entretanto, um dos empresários brasileiros que actua no segmento do agronegócio, presente no fórum económico de Luanda, confidenciou à VOA "ser um risco enorme investir neste momento em Angola”, apontando entraves, desde “a limitação temporal na exploração de superfície de terra, e excesso de burocracia documental, sobre a morosidade na entrega de vistos".

Apesar desta realidade, há quem aplaude a iniciativa do presidente Lourenço, por acabar abrindo o país ao mundo.

O economista, Fernando Heitor disse que “o bom nisso, é que Angola abre-se para o mundo, porém é preciso ter uma classe empresarial forte”.

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