O antigo Presidente brasileiro Jair Bolsonaro afirmou que não está morto e que a decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de o declarar inelegível por oito anos foi uma punhalada na democracia.
Ao reagir à deicsão do TSE desta sexta-feira, 30, por cinco votos contra dois, Bolsonaro reiterou que vai recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF).
"É a primeira condenação por abuso de poder político", afirmou o antigo Presidente em Belo Horizonte, no Estado de Minas Gerais, e denominou a decisão de "um julgamento político”, de um "crime sem corrupção".
“Quem levou a punhalada não foi Bolsonaro,foi a democracia brasileira”, acrescentou Jair Bolsonaro, em referência à agressão de que foi alvo em 2018, em Juiz de Fora, também em Minas Gerais.
O antigo Presidnete afirmou que o TSE “trabalhou contra” ele e disse que “foi um massacre para cima de mim por parte de alguns sectores da sociedade e também o TSE, que trabalhou contra".
"Os que trabalharam contra mim se gabam de uma vitória da democracia”, resumiu Bolsonaro que sublinhou ter respeitado a Constituição, "muitas vezes a contra gosto".
O Brasil “fica de luto”, diz o antigo Presidente que promete ser um “cabo eleitoral de luxo”, em referência ao seu capital político na promoção de eventuais correligionários.
O futuro de Bolsonaro
O professor de ciências políticas do Insper, em São Paulo, Carlos Melo considera que "esta decisão vai acabar com as chances de Bolsonaro ser Presidente novamente, e ele sabe disso”, no entanto, continua, "ele tentará ficar fora da cadeia, eleger alguns de seus aliados para manter seu capital político, mas é muito improvável que ele volte à Presidência.”
Márlon Reis, especialista em direito eleitoral que ajudou a redigir as cláusulas de inelegibilidade, diz que “Bolsonaro abusou dos poderes de seu cargo ao convocar a reunião, usou funcionários e prédios do Governo com um objetivo eleitoral e misturou os interesses do país com os de sua campanha”.
O processo contra o antigo Presidente foi aberto pelo PDT, que acusa Bolsonaro de ter cometido abuso de poder e uso indevido dos meios de comunicação na reunião com embaixadores em Julho de 2022, em que fez afirmações sobre o processo eleitoral sem apresentar provas.
A defesa indicou no início do julgamento que vai recorrer da decisão e pode fazê-lo tanto no próprio TSE como no Supremo Tribunal Federal.
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