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Bolsonaro discursa no Dia da Independência e ameaça juízes do Supremo Tribunal Federal


Jair Bolsonaro, Presidente brasileiro, discursa em manifestação em São Paulo, 7 de Setembro de 2021
Jair Bolsonaro, Presidente brasileiro, discursa em manifestação em São Paulo, 7 de Setembro de 2021

Ele chamou "canalha" ao juiz do Supremo Alexandre de Moraes e deu ultimato para sair do órgão

Depois de desfilar pelas ruas da capital federal em Brasilia e participar na cerimónia de comemoração dos 199 anos da República Brasileira, o Presidente Jair Bolsonaro discursou para apoiantes, tendo apontado as suas críticas, outra vez, ao Supremo Tribunal Federal (STF).

Nas ruas de Brasília, os defensores do Presidente balançavam bandeiras do Brasil e cartazes com dizeres antidemocráticos, pedindo o regresso do regime militar.

No carro de som, Bolsonaro deu ultimato aos ministros do STF e afirmou que se não entrarem na linha, enfrentarão as consequências.

Em São Paulo, voltou a proferir as mesmas críticas, centrando-se agora no juíz do STF Alexandre de Moraes.

"Dizer a vocês, que qualquer decisão do senhor Alexandre de Moraes, esse Presidente não mais cumprirá. A paciência do nosso povo já se esgotou, ele tem tempo ainda de pedir o seu boné e ir cuidar da sua vida. Ele, para nós, não existe mais", afirmou Bolsonaro, acrescentando "sai Alexandre de Moraes, deixae de ser canalha, deixe de oprimir o povo brasileiro, deixe de censurar o seu povo".

"Mais do que isso, nós devemos, sim, porque eu falo em nome de vocês, determinar que todos os presos políticos sejam postos em liberdade", completou.

Alexandre de Moraes é responsável pelo inquérito que investiga o financiamento e organização de actos contra as instituições e a democracia e pelo qual já determinou prisões de aliados do Presidente e de militantes bolsonaristas.

O Presidente brasileiro trambém criticou governadores e presidentes de câmaras que seguiram a ciência e determinaram o isolamento social como medida para evitar a propagação do coronavírus.

"Vocês passaram momentos difíceis com a pandemia, mas pior que o vírus foram as acções de alguns governadores e de alguns prefeitos que simplesmente ignoraram a nossa Constituição e tolheram a liberdade de expressão, tolheram o direito de ir e vir, proibiram vocês de trabalhar e de frequentar templos e igrejas para sua oração", afirmou.

Bolsonaro voltou a dizer que não vai ser preso.

"Preso, morto ou com vitória. Dizer aos canalhas, que eu nunca serei preso", concluiu.

Embora em menor número, em virtude de não ter havido qualquer convocatória de partidos ou sindicatos, opositores saíram às ruas contra Bolsonaro.

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