O Presidente brasileiro garantiu defender a solução diplomática até o fim para a Venezuela, apesar de, na conferência de imprensa conjunta com Donald Trump, este ter dito que todas as opções, mesmo a militar, estão sobre a mesa.
"Diplomacia em primeiro lugar, até as últimas consequências. Trump repetiu que todas as hipóteses estão na mesa. O que ele conversou comigo reservadamente, me desculpem, mas eu não poderia conversar com vocês", afirmou Triump a jornalistas, em Washington.
"Nós queremos resolver a situação porque o Brasil está a ser prejudicado e não nos interessa, nem a nós, nem a eles, que um país se perpetue na situação que se encontra a Venezuela", completou Bolsonaro
Mais cedo, ao falar à imprensa ao lado de Trump, Bolsonaro disse que o Brasil está disposto ao "que for possível fazer para solucionar o problema da ditadura".
Na conferência com o Presidente americano, Jair Bolsonaro defendeu o discurso de Trump e disse que as pessoas que acreditam no socialismo estão "abrindo a mente para a realidade".
E falou sobre a política interna americana.
"Acredito piamente na reeleição de Donald Trump. [...] A cada dia que passa, essas pessoas mais voltadas ao socialismo e ao comunismo vão abrindo a mente para a realidade. A fronteira da Venezuela com o Brasil foi fechada não para os brasileiros que apoiam o socialismo, mas para que os venezuelanos que apoiam a democracia não entrassem no Brasil", afirmou o presidente brasileiro.
NATO e OCDE
Noutro tema, Donald Trump afirmou ter garantido a Bolsonaro que pretende indicar o Brasil como um grande "aliado extra-NATO, ou até mesmo começar a cogitar como um integrante da NATO".
"Eu tenho que conversar com muita gente, mas talvez se tornar um integrante da NATO seria um grande avanço para a segurança e cooperação entre nossos países", advertiu Trump.
A entrada do Brasil na Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), o chamado clube dos países ricos, foi outro objectivo da visita de Jair Bolsonaro à Casa Branca.
Para tal, o Presidente teve de dar indicações de que vai abrir mão do tratamento especial que o país tem na OCDE.
O Ministério das Relações Exteriores divulgou um comunicado no qual informou que Bolsonaro "começará está "em linha" com a proposta apresentada por Trump para obter o apoio dos Estados Unidos.
"O Presidente Trump saudou os actuais esforços do Brasil no campo das reformas económicas, melhores práticas e marcos regulatórios em linha com os padrões da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). O Presidente Trump manifestou o seu apoio para que o Brasil inicie o processo de acessão com vistas a tornar-se membro pleno da OCDE", diz a nota do Itamaraty.
Bolsonaro regressa hoje ao Brasil.