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Bolseiros angolanos na Covilhã podem ser despejados amanhã


Eles se manifestam na sexta-feira, 13, por terem sido "abandonados" pelo Governo angolano

Estudantes angolanos do Instituto Nacional de Gestão de Bolsas de Estudo (Inagbe) que se encontram na Cidade Universitária de Covilhã, em Portugal, podem ser despejados na sexta-feira, 13, devido às dívidas acumuladas pelo não pagamento dos subsídios por parte do Governo angolano.

Como forma de protesto, eles pretendem realizar uma manifestação amanhã, dia limite dado pela universidade.

Em causa pode estar o destino de mais de 400 estudantes, desde licenciatura a doutoramento.

“Isto deve-se ao facto de o Sector dos Estudantes do INAGBE em Portugal, sito em Lisboa, não ter estado a cumprir com suas funções, não pagando com regularidade as bolsas de estudo nem se dignar dar informações a nós estudantes, ou seja, deram-nos a bolsa e fomos entregues à ´bicharada´”, disse um dos estudantes que pediu o anonimato.

Neste momento, “temos uma dívida de quatro meses de subsídio, o que tem dificultado a alimentação, os projetos de investigação que nos são inerentes e agora a liquidação das residências”.

Outro estudante acrescenta que a Universidade da Beira Interior “tem sido muito prestativa connosco sempre que temos problemas quanto às bolsas, dando-nos alimentação e permitindo que estejamos nas residência com dívidas, mas desta vez, eles não estão a tolerar os erros do Inagbe”.

Os estudantes admitem que o Instituto pode ter transferido o dinheiro para Portugal, mas desconhecem qualquer iniciativa em virtude de a representação do Inagbe naquele país não responder às suas chamadas.

Aqueles bolseiros afirmam, no entanto, não acreditar que a origem do problema seja a crise financeira que afecta Angola “uma vez que mesmo em tempos de bonança, antes da crise, o sistema era o mesmo, ou seja, os estudantes ficavam vários meses sem subsídios, vivendo com ajuda de certos amigos, colegas e igrejas portuguesas, o que nos envergonha muito”.

Na manifestação de sexta-feira, eles pretendem fazer-se acompanhar das suas malas, livros e outros pertences.

Inagbe promete

Na terça-feira, 10, a directora-geral do Ignabe, Ana Paula Elias, disse a jornalistas em Luanda que o Instituto vai pagar em breve os subsídios referentes a Março.

Elias acrecentou que o maior problema está na dificuldade em comprar divisas.

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