O enviado especial da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (Cedeao) para a Guiné-Bissau, Olusegun Obasanjo, regressa a Bissau para mais uma outra missão, no âmbito da crise política prevalecente naquele país lusófona.
Obasanjo esteve reunido nesta segunda-feira, 2, em separado, com o Presidente da República, José Mario Vaz, o primeiro-ministro, Carlos Correia, o presidente da ANP, Cipriano Cassamá, e o presidente da Supremo Tribunal de Justiça, Paulo Sanhá, assim como com os 15 deputados expulsos do PAIGC.
A presença do antigo Presidente da Nigéria na capital guineense acontece um dia antes da sessão ordinária da Assembleia Nacional Popular (ANP) convocada para esta terça-feira, 3, em que, de acordo com agenda dos trabalhos, vai ser debatido o estado da Nação, conforme solicitou o Presidente Mário Vaz.
É nesta sessão, também, que, do ponto de vista político, vai ser clarificada a situação dos 15 deputados expulsos do PAIGC, que, segundo o último acordão do Supremo Tribunal de Justiça, continuam no Parlamento, apesar da decisão em contrário da ANP.
Face a este tenso quadro político, o enviado especial da Cedeo tenta, uma vez mais, conciliar as partes para superar as diferenças e assim desbloquear o país.
A última vez que saiu de Bissau, o antigo presidente da Nigéria não gostou do resultado dos encontros, fim os quais teria deixado escapar a frase, “a comunidade internacional já deve estar cansada com a Guiné-Bissau”.
De recordar que no seu último discurso à nação, perante os deputados à Assembleia Nacional Popular, o chefe de Estado guineense instou os mesmos e aos partidos políticos a encontrarem uma solução para a crise, aludindo uma nova maioria factual no Parlamento, da qual, na sua perspectiva, poderia sair um Governo que substitua o de Carlos Correia, caso o PAIGC não consiga obter uma maioria parlamentar que assegure a sua dominação numérica na ANP.