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Benguela: Organização religiosa alerta para aumento da prostituição e doenças


Formação para mulheres, Centro Renascer, Benguela
Formação para mulheres, Centro Renascer, Benguela

Um centro social da Igreja Católica, há 20 anos implantado no Lobito, na província angolana de Benguela, alerta para um aumento significativo da prostituição por força da pandemia da Covid-19, com fortes hipóteses de seis em cada 10 mulheres terem contraído doenças sexualmente transmissíveis.

Benguela: Organização religiosa alerta para aumento da prostituição e doenças sexualmente transmissíveis - 2:25
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Implantada no Lobito em resposta a um pedido de Dom Óscar Braga, o segundo Bispo da Diocese de Benguela, a instituição está a dar formação básica em hotelaria e turismo e informática, gratuitamente, a cem mulheres oriundas de vários pontos da província.

Em nome da coordenação, a religiosa Vilin Caroline dos Santos, uma brasileira na primeira experiência em África, diz ser um desafio chegar a determinados espaços para convencer mulheres com idades entre os 18 e 37 anos, sobretudo agora com os reflexos da Covid-19.

"Uma pesquisa séria e com levantamentos diz que a prostituição cresce e assusta. Nesta altura por causa da pobreza, as ‘zungueiras’ já não andam livremente a vender produtos, muitas pessoas perderam o seu emprego’’, adianta Santos que acrecenta estar “a ver como alterar a maneira de agir” e, para tal, “precisamos da ajuda do Governo’’.

Vilin Caroline dos Santos, da Oblata do Santíssimo Redentor
Vilin Caroline dos Santos, da Oblata do Santíssimo Redentor

O aumento da prostituição não é a única realidade a preocupar a organização Oblata do Santíssimo Redentor, que está há 25 anos em Angola.

‘’Elas não chegam apenas para o curso, nós fazemos um acompanhamento psíquico-social e vemos que há o HIV/SIDA, a sífilis, além da tuberculose e hepatite. Se temos aqui cem, podemos dizer que 65% têm esse problema’’, indica Santos.

Entre as beneficiárias dos cursos, há uma grande vontade de aprender para um futuro sustentável.

"Estamos muito felizes, queremos arranjar um emprego para mostrar o que aprendemos. As outras que precisam também podem vir’’, dizem formandas.

A VOA procurou obter um pronunciamento do Governo de Benguela, mas dois responsáveis do Gabinete Provincial de Acção Social, Família e Igualdade do Género disseram que nunca tinham ouvido falar do centro social ‘’Renascer’’, que chegou a assistir duzentas e cinquentas mulheres.

Agora apenas com o apoio da Igreja Católica para o caso de Benguela, dada a limitação de empresas privadas que vinham ajudando, esta organização de beneficência está em 15 países.

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