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Autoridades moçambicanas reiteram que Zimbabwe não abriu barragens nas inundações de Março


Maputo diz que sistema de comunicação com Harare continua fiável
Maputo diz que sistema de comunicação com Harare continua fiável

As autoridades moçambicanas asseguraram nesta segunda-feira, 23, que os mecanismos de troca de informação fluvial com o Zimbabwe “continuam fiáveis” e que não há informação de abertura de comportas de barragem por Harare, que, segundo se chegou a dizer, estariam na origem das inundações que fustigaram o centro do país, após a passagem do ciclone idai.

Autoridades moçambicanas reiteram que Zimbabwe não abriu barragens nas inundações de Março
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Moçambique e Zimbabwe partilham, na região centro, as bacias do Save, Búzi e Pungue, os últimos dois provocaram destruições severas nos distritos de Búzi (Sofala) e Sussundenga e Mossurize (Manica), devido ao transborde dos seus caudais, arrastando pessoas, casas, pontes e culturas agrícolas, além de ter inundado aldeias inteiras.

“O Zimbabwe também foi surpreendido (pela devastação)”, disse Cacilda Machava, directora geral da Administração Regional de Águas do Centro (Ara-centro), afiançando que os dois países estão agora a preparar a assinatura do acordo de partilha das águas do Búzi.

A responsável disse que no Zimbabwe, o ciclone Idai provocou uma precipitação recorde de 600 milímetros em 24 horas - quase o equivalente a toda estacão chuvosa do ano – a 15 de Março, e que a falha nas comunicações não permitiu que aquele país enviasse uma informação de emergência (via whatsap), sobre a ocorrência, para Moçambique.

“O Zimbabwe também sofreu, o que nos sofremos aqui com o ciclone idai. O nosso sistema de comunicação ficou afectado, e também do Zimbabwe, ou seja, por mais que Zimbabwe, tivesse condições de nos informar era difícil comunicar aquilo que estava a acontecer lá”, frisou Cacilda Machava, referindo-se ao apagão, na rede de comunicações e eléctrica, logo depois da entrada do ciclone ao continente.

Moçambique, disse, ainda não conseguiu quantificar a chuva que caiu na zona transfronteiriça de Chimanimani – a zona montanhosa mais castigada do lado do Zimbabwe – devido à destruição da estacão de medição pluvial.

Cacilda Machava reconheceu, contudo, que o ciclone Idai foi um fenómeno novo, com níveis de precipitação nunca antes vistos nos últimos 20 anos.

A Ara-centro, continuou, tem agora o desafio de repor várias estações destruídas e arrastadas pelas águas.

O ciclone Idai atingiu Moçambique, Malawi e Zimbabwe em meados de Março.

Só em Moçambique, a catástrofe provocou mais de 600 mortos e mais de 1600 feridos, tendo afectado um total de 1,5 milhões de pessoas, de acordo com o último balanço.

A FAO estima que o ciclone já tenha causado a perda de cerca de 750 mil hectares de colheitas na região centro de Moçambique, agravando a insegurança alimentar da área e do país.

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