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Autoridades angolanas dizem que vandalização de torres de energia se enquadram em crime de terrorismo


Presidente do Conselho de Administração da Rede Nacional de Transporte de Electricidade (RNT), Rui do Amaral Gourgel, fala em sabotagem pura que provocou um prejuíz de cinco milhões de dólares.

Angola está em risco de passar a quadra festiva às escuras devido à vandalização das torres que transportam a energia de norte a sul, alerta a Rede Nacional de Transporte de Electricidade (RNT), a empresa gestora de mais de 5.500quilómetros de linhas de electricidade no país.

De janeiro a novembro, já foram furtados “cabos de guarda” e cantoneiras de mais de 52 torres de alta tensão de 400 Kv que transportam energia eléctrica de Cambambe à estação de Viana, em Luanda.

Autoridades angolanas dizem que vandalização de torres de energia se enquadram em crime de terrorismo
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Nas últimas horas aconteceu mais um caso de sabotagem e, em menos de dois meses, a empresa registou um prejuízo provisório avaliado em mais de 5 milhões de dólares.

O presidente do Conselho de Administração da RNT, Rui do Amaral Gourgel, fala em “atos não de mero vandalismo, mas de sabotagem pura "praticados por indivíduos que “sabem o que fazem”.

Situações idênticas se terão verificado também, com alguma frequência, no município petrolífero do Soyo (Zaire) e na cidade de Benguela, segundo revelou recentemente o ministro da Energia e Águas.

João Baptista Borges disse que os estragos têm sido frequentes na Rede de Transporte de Electricidade das barragens para os centros de distribuição.

Atos enquadrados em crime de terrorismo

A este propósito o ministro de Estado e Chefe da Casa Militar do Presidente da República afirmou recentemente que a vandalização de torres de alta tensão são “ações dirigidas de sabotagem que têm de se enquadrar no âmbito do terrorismo”.

Francisco Furtado assegurou que as Forças de Segurança e Defesa Nacional “vão promover um combate cerrado para neutralizar os grupos que estão a criar situações para a instabilidade, a fim de inviabilizar o desenvolvimento do país”.

Por sua vez, o Presidente da República defendeu, na sua página de Facebook, na semana passada, que todos os comportamentos que põem em causa a vida humana, individual e coletiva devem merecer a reprovação veemente da sociedade, nos termos da lei.

“Não continuaremos a assistir, impávidos, à destruição do nosso património público (cabos eléctricos, tubos de água, carris, fábricas, aeroportos, portos), à travessia de pessoas em locais proibidos, assim como à pilhagem dos nossos recursos”, precisou João Lourenço.

Para o ativista social reverendo Domingos Cazombo, a destruição de bens públicos “é uma anomia social” que resulta da falta de instituições sociais, políticas e religiosas responsáveis pela “formação de consciência de muitos cidadãos".

"Quando este elemento fica ausente, então o descalabro vai aparecer. É uma responsabilidade do Estado”, conclui.

Chuvas anunciam dias difíceis

Entretanto a quadra festiva pode também ser afetada pela chuva que continua a cair no país deixando um rasto de destruição de várias infraestruturas incluindo as ligadas à eletricidade.

Neste domingo, 10, pelo menos duas pessoas morreram, várias residências ficaram inundadas e famílias desalojadas, devido às chuvas que se registaram em Luanda e um pouco por todo o país.

O Serviço de Protecção Civil e Bombeiros (SPCB) de Luanda, num balanço provisório apresentado na esta segunda-feira, 11, durante uma reunião com o Governo Provincial, as vítimas mortais foram registadas no distrito da Samba e no município de Viana.

Na sequência, a Empresa Nacional de Electricidade(ENDE) viu-se forçada a interromper o fornecimento de energia eléctrica em quase toda a província para evitar situações desastrosas nos bairros periféricos, devido às inundações.

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