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Aumentam ataques de Boko Haram com crianças-bombas


Os ataques suicidas de crianças ordenados pelo Boko Haram aumentaram 11 vezes na África Ocidental ao longo do último ano, e crianças de apenas 8 anos de idade, na sua maioria meninas, vêm sendo usadas como suicidas em escolas e mercados.

"O uso de crianças, especialmente meninas, como suicidas com bombas tornou-se uma marca registrada e alarmante deste conflito", disse Laurent Duvillier, porta-voz regional do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) à Thomson Reuters Foundation.

"Trata-se basicamente de virar as crianças contra as suas próprias comunidades amarrando bombas nos seus corpos", afirmou.

Houve 44 ataques suicidas de crianças na África Ocidental em 2015, um aumento significativo em relação aos quatro atentados registados ano anterior, disse o Unicef, referindo que a maioria aconteceu nos Camarões e na Nigéria.

Duvillier afirmou que algumas crianças pequenas provavelmente não sabem que levam explosivos nos corpos que, muitas veze,s são detonados remotamente.

A campanha de seis anos do grupo islâmico Boko Haram para criar um emirado islâmico no nordeste nigeriano já provocou a morte de cerca de 15 mil pessoas, de acordo com os militares dos Estados Unidos.

Afectado por uma ofensiva regional que o expulsou de seus bastiões na Nigéria no ano passado, o grupo recorre cada vez mais a crianças para realizar atentados.

A táctica tem-se revelado eficaz ao aumentar o número de baixas dos militantes extremista, já que normalmente as pessoas não veem crianças como uma ameaça.

A Anistia Internacional estima que o Boko Haram sequestrou cerca de duas mil mulheres e meninas desde 2014 para utilizá-las como cozinheiras, escravas sexuais, combatentes e suicidas.

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