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Atleta ugandesa Cheptegei morre depois de namorado lhe ter pegado fogo


Campeonato Mundial de Atletismo. Fotografia de arquivo
Campeonato Mundial de Atletismo. Fotografia de arquivo

Cheptegei sofreu queimaduras em mais de 75% do seu corpo durante o ataque. A sua morte põe em evidência a violência contra as desportistas no Quénia.

A maratonista olímpica ugandesa, Rebecca Cheptegei, morreu, informaram as autoridades hospitalares na quinta-feira, 5, dias depois de ter sido encharcada em gasolina e incendiada pelo namorado.

Os meios de comunicação social quenianos e ugandeses informaram que Rebecca Cheptegei, de 33 anos, que competiu nos Jogos Olímpicos de Paris, sofreu queimaduras em mais de 75% do corpo no ataque de domingo no Quénia, o que faz dela a terceira atleta a ser morta no país desde outubro de 2021.

“Soubemos do triste falecimento de nossa atleta olímpica Rebecca Cheptegei após um ataque cruel de seu namorado”, disse Donald Rukare, presidente do Comité Olímpico de Uganda, num post no X.

“Que a sua alma gentil descanse em paz e nós condenamos veementemente a violência contra as mulheres. Este foi um ato cobarde e sem sentido que levou à perda de uma grande atleta”.

Cheptegei, que terminou em 44º lugar em Paris, foi internada num hospital na cidade queniana de Eldoret, no Vale do Rift, após o ataque.

Cheptegei “faleceu hoje de manhã, às 5h30, depois de os seus órgãos terem falhado”, disse à Reuters Owen Menach, diretor sénior dos serviços clínicos do Hospital Moi Teaching and Referral, acrescentando que um relatório completo sobre as circunstâncias da sua morte seria divulgado na tarde de quinta-feira.

Peter Ogwang, ministro de Estado dos Desportos do Uganda, descreveu a sua morte como “trágica”. “As autoridades quenianas estão a investigar as circunstâncias em que ela morreu e um relatório mais detalhado e um programa serão fornecidos na devida altura”, disse.

A morte de Cheptegei chama a atenção para a violência sofrida pelas desportistas no Quénia, onde ela vivia quando treinava.

Em outubro de 2021, a corredora olímpica Agnes Tirop, uma estrela em ascensão no cenário altamente competitivo do atletismo queniano, foi encontrada morta em sua casa, na cidade de Iten, com múltiplas facadas no pescoço.

Ibrahim Rotich, o seu marido, foi acusado do seu assassínio e declarou-se inocente. O processo está em curso.

A morte de Agnes Tirop, de 25 anos, chocou o Quénia e, em 2022, actuais e antigos atletas criaram a organização “Tirop's Angels” para combater a violência doméstica. Joan Chelimo, uma das fundadoras da organização sem fins lucrativos, disse à Reuters que as atletas correm um risco elevado de exploração e violência às mãos de homens atraídos pelo seu dinheiro.

“Elas caem nas armadilhas de predadores que se fazem passar por amantes nas suas vidas”, disse.

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