Os quatro ativistas angolanos detidos na quarta-feira, 5, e condenados a uma pena de um mês de prisão e ao pagamento de 50 mil kwanzas, num julgamento sumário na passada sexta-feira, 7, pelo Tribunal do Bengo, dizem ter sido condenados por orientações da governadora da provincia, Mara Quiosa.
O músico e ativista Jaime Domingos, mais conhecido por Jaime MC, que foi atropelado por uma viatura da Polícia Nacional (PN) no momento dos protestos,denuncia que a prisão onde estiveram não serve nem para porcos.
O Governo refutou as acusações.
Já se encontram em liberdade os quatro ativistas detidos quando protestavam contra a falta de água na província e a favor da empresa de Águas do Bengo, que se encontra paralisada por falta de pagamento salários aos seus trabalhadores há mais de sete meses.
O músico e ativista Jaime Domingos, Jaime MC, responsabiliza a governadora da província do Bengo, Mara Quiosa, pela detenção do grupo.
“Ficou claro que foi a governadora, nós fomos presos políticos, o poder judicial aí não manda, quem manda ai é o poder politico”, afirma, denunciando a situação da prisão que “nem para porcos serve”.
“Mas nós vamos continuar”, conclui.
O diretor do Gabinete de Comunicação Institucional e Imprensa do Governo províncial(GCII), Mário Silva, nega a acusação.
“O Gabinete de Comunicação Social do Governo provincial do Bengo vem em resposta perentoriamente negar o envolvimento da sua excelência senhora governadora, Mara Quiosa, na questão da detenção do julgamento dos ativistas que se manifestaram no Bengo”, afirmou Silva, acrescentando que é apenas uma responsabilidade da PN e dos órgãos de justiça.