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Ataques em Cabo Delgado com novo elemento: garimpeiros ilegais


Comandante-geral da Polícia de Moçambique fala em financiamento da insurgência
Comandante-geral da Polícia de Moçambique fala em financiamento da insurgência

O Comandante-Geral da Polícia de Moçambique, Bernardino Rafael acusou os garimpeiros ilegais expulsos das minas de rubi, em Namanhumbiri, distrito de Montepuez, de serem os cabecilhas dos insurgentes que têm estado a aterrorizar a província nortenha de Cabo Delgado.

Ataques em Cabo Delgado com novo elemento: garimpeiros ilegais
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Esta foi a primeira vez que as autoridades moçambicanas se referiram ao envolvimento de garimpeiros ilegais nos ataques que têm ocorrido em alguns distritos da província nortenha de Cabo Delgado, o que, para alguns analistas, "é curioso porque a narrativa que se tinha construido era que se tratava de uma insurgência inspirada no fundamentalismo islâmico".

Uma mega-operação levada a cabo pela polícia, em Março de 2017, resultou na expulsão de centenas de garimpeiros ilegais, maior parte dos quais estrangeiros, que operavam no distrito de Montepuez, explorando os rubis e outras pedras preciosas existentes na região de Namanhumbiri.

"Esses é que eram os cabecilhas dos criminosos que exploravam o rubi e outras pedras preciosas e que quando os expulsamos de Namanhumbiri, começaram a atacar-nos", afirmou o Comandante-Geral da Polícia.

O garimpo ilegal está praticamente sob controlo em Namanhumbiri, mas o Comandante-Geral diz que em Montepuez há focos de recrutamento de jovens para engrossarem as fileiras dos malfeitores".

"Montepuez não deve ser a base da logística dos malfeitores", apelou Bernardino Rafael, acusando ainda os insurgentes de movimentarem elevadas somas de dinheiro, através do serviço Mpesa, usado por uma operadora de telefonia móvel registada em Moçambique.

Alguns analistas dizem ser curioso que a autoridades só agora se refiram a essa interferência dos garimpeiros ilegais “porque a narrativa que se tinha construído era que se tratava de uma insurgência inspirada no fundamentalismo islâmico".

Os ataques resultaram já na morte de mais de 100 pessoas, maior parte das quais civis.

Na opinião do analista Manuel Alves, isso chama a atenção para a necessidade de as autoridades olharem para a questão da protecção das comunidades.

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