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Associação juvenil promove formação a jovens em aldeias no interior de Angola


A ideia é combater o desemprego e a falta de oportunidades e evitar o êxodo para as cidades

É uma iniciativa inédita impulsionada pela necessidade de levar o desenvolvimento no interior de Angola.

Um grupo de jovens da região sul quer promover formação profissional a colegas das aldeias longe dos centros urbanos e, com isso, inverter o quadro actual.

O designado Projecto Cívico e Patriótico tem o carimbo da Associação Despertai Jovens da Aldeia, que acredita que a iniciativa pode ser o início da mudança do paradigma nas aldeias, onde a fuga de jovens para os principais centros urbanos à procura de melhores condições de vida é há muito um facto.

O projecto que teve início no município da Caála, na província do Huambo, vai arrancar agora na província da Huíla, nas localidades da Chibemba, Chipepe, e Cahila na circunscrição dos Gambos, com cursos profissionais como marcenaria e agroecologia.

Há a perspectiva de alargamento do mesmo a outras zonas.

António Miapia, secretário da Associação Despertai Jovens da Aldeia
António Miapia, secretário da Associação Despertai Jovens da Aldeia

Para o secretário da Associação Despertai Jovens da Aldeia, António Miapia, outro objectivo do projecto é o de alertar as autoridades para se diminuir as assimetrias entre a cidade e o campo.

“Quiçá o nosso Governo nos ouve e começa a dar os mesmos direitos que o cidadão da urbe tem. Nós vemos divisões sérias entre aquilo que é o direito do jovem da urbe e o direito do jovem da aldeia”, diz Miapia

A dificuldade de emprego entre os jovens está a deixar em desespero muitos pais nas aldeias mesmo depois de algum investimento na formação dos filhos.

“Alguns rapazes cujos pais tinham possibilidade, terminado o ensino médio foram aos concursos públicos e nunca alcançaram o tão desejado emprego, então entenderam inverter o caso e até nas aldeias pouca gente vai à escola porque os pais agora estão a incentivar a prática da agricultura e da pastorícia”, acrescenta aquele activista social.

Entretanto, por seu lado, o presidente da Associação Despertai Jovens da Aldeia, Vasco Nambelo, assegura a independência da iniciativa e diz que "não distinguimos o credo religioso, político ou qualquer tipo de situação, recebemos todo jovem desde que ele esteja disposto a aprender”.

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