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Assassinato de Anastácio Matavel: Polícia aguarda ordens superiores para divulgar o relatório da investigação


Anastácio Matavel, morto por agentes da polícia antes das eleições em Moçambique
Anastácio Matavel, morto por agentes da polícia antes das eleições em Moçambique

As autoridades policiais moçambicanas não divulgaram ainda o relatório da investigação do assassinato, por seus agentes, do activista de direitos humanos Anastácio Matavel, com o argumento de que o mesmo foi submetido “às entidades competentes”.

Matavel foi assassinado, na cidade de Xai-Xai, província de Gaza, a poucos dias para as eleições gerais de 15 de Outubro, por agentes da polícia moçambicana, após uma sessão de preparação da monitoria da votação vencida pela Frelimo e fortemente contestada pela oposição.

A seguir ao assassinato, a Polícia da República de Moçambique anunciou a abertura de uma investigação para a responsabilização dos envolvidos, que agora diz ter sido concluída, mas não pode divulgar o conteúdo.

Ontem, 30, na sessão semanal com a imprensa, o porta-voz da corporação, Orlando Mudumane, disse confirmou a conclusão da investigação, que será divulgado “no devido momento”.

Numa declaração que deixou a imprensa atónita, Mudumane disse que o relatório “está a ser analisado ao mais alto nível”.

A morte de Matavel, proeminente líder da sociedade civil moçambicana, provocou uma reacção de repulsa por parte de defensores de direitos humanos, para os quais o envolvimento de agentes da polícia aponta para a existência de esquadrões de morte, cuja missão é silenciar críticos do Governo.

O assassinato foi executado por cinco indivíduos, dos quais quatro ligados às Forças Especiais.

Dois morreram no acidente que facilitou a sua identificação e outros dois estão, segundo a Polícia, detidos.

O quinto, Agapito Alberto, continua foragido.

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