Residentes do bairro Iraque, vítimas de demolições das suas habitações, viram seus passos restringidos ao quintal da casa de um dos moradores, onde manifestaram-se em orações e súplicas ao longo da madrugada de segunda-feira.
A polícia antecipou a sua saída para a praça pública, onde pretendiam concentrar-se em vigília.
A Polícia evocou inicialmente falta de autorização do governo de Luanda e fez deslocar para o terreno, homens e meios motorizados, em número não determinado.
Foram mais de duas horas de discussões. De um lado estava a coordenação de moradores do bairro, do outro o comandante de divisão da Polícia do município do Kilamba Kiaxi que chegou a citar um representante local do partido no poder como seu mandante.
A VOA teve acesso a documentos dando conta que a organização tinha começado a preparar o evento no mês de Novembro. Deu conhecimento a Administração de Luanda no dia 1 de Dezembro a sua intenção de realizar o que designou de Manifestação Solene de carácter Espiritual (Vigília).
Sem precisarem números, contam os moradores que a marcha tinha tido grande aderência.
Instado a comentar do porque da atitude da Polícia, Laurentino Vicente cuja casa sobreviveu as ondas de demolições recordou, o passado histórico do Estado.
Perante informações que dão conta de uma eminente vaga de demolições, os cidadãos pretendiam manifestar-se publicamente e foram travados pela Polícia, logo a saída das suas casas.