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Referendo no Sudão Preocupa Religiosos


Referendo no Sudão Preocupa Religiosos
Referendo no Sudão Preocupa Religiosos

O sul do Sudão recebeu no acordo de paz de 2005 com o governo de Cartum, que pôs fim a mais longa guerra civil em África, o direito de realizar um referendo no dia 9 de Janeiro de 2011, que se julga venha a ser maioritariamente a favor da independência.

A menos de dois meses da votação, alguns analistas e diplomatas receiam que o Sudão possa resvalar de novo para a guerra civil.

A secretária de Estado norte-americana Hillary Clinton no mês passado chamou ao Sudão uma “bomba relógio”. Clinton disse que o caminho para a independência do sul será um facto muito duro para o norte enfrentar – e a ameaça de guerra é uma realidade distinta.

Um grupo de líderes religiosos do sul do Sudão que participaram recentemente em Nova York no Conselho para as Relações Externas disse que a secessão do sul é inevitável.

Samul Kobia, o enviado especial ecuménico ao Sudão da Conferência das Igrejas Africanas afirmou ser essencial o apoio internacional para o sul depois do referendo:

“Sem a comunidade internacional a desempenhar o seu papel e responsabilidade seriamente e a tentar usar qualquer influência que tenhamos, iremos provavelmente ver que este processo e o quadro do acordo global de paz, que foi a melhor forma de resolver pacificamente o conflito no Sudão, não conduzirão aos resultados que se previam.”

Um dos assuntos chave que esta ainda por finalizar é a demarcação da fronteira entre o norte e o sul do Sudão e o estatuto da região de Abyei, que se situa na área fronteiriça.

No princípio do mês, um oficial do exército sudanês acusou tropas do sul de atravessarem um disputado ponto fronteiriço, tendo dito que a movimentação ameaçou descarrilar o referendo.

Ramadan Chan, secretário-geral do Conselho das Igrejas do Sudão, pediu que forças internacionais se instalassem na fronteira antes e depois do referendo:

“Ambas as partes – o governo do sul do Sudão e o governo do norte – movimentaram pesadas forças para a fronteira encontrando-se a pouca distância uma da outra. Bastará dois ou três soldados dispararem para termos uma guerra. E por isso penso que a comunidade internacional poderia desempenhar um maior papel criando uma zona tampão entre os dois exércitos.”

“Capacetes azuis” da ONU começaram a monitorizar ao longo da fronteira norte-sul e o chefe da missão Alain LeRoy disse recentemente ao Conselho de Segurança que a Missão das Nações Unidas no Sudão estava a considerar transferir tropas do resto do país para a região.

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