Activistas de direitos humanos e vítimas aguardam ardentemente por uma acção do governo dos Estados Unidos contra o grupo rebelde africano Exército de Resistência do Senhor, conhecido pela sigla inglesa LRA. Uma lei assinada no princípio do ano mandata o presidente Barack Obama a montar uma estratégia antes de 20 de Novembro para neutralizar o violento grupo rebelde.
John Prendergast, do Projecto Enough, uma organização de direitos humanos sedeada nos Estados Unidos, foi um dos muitos activistas que saudou a chamada Lei de Recuperação do Norte do Uganda e do Desarmamento do LRA, assinada em Maio.
Prendergast disse que agora o ónus está nas mãos do presidente Obama para parar o LRA que começou primeiro como uma rebelião contra o governo do Uganda nos anos 80 e evoluiu para um movimento brutal liderado por Joseph Kony:
“Já se passaram 25 anos desde que esse indivíduo começou a amedrontar no norte do Uganda e agora em três ou quatro países da África Central ainda a raptar crianças, ainda a cortar os lábios de mulheres, ainda a queimar autocarros e aldeias e outras coisas do género. Violando sistematicamente em certas aldeias com uma milícia de não mais de 600 ou 700 elementos, provavelmente o mais alto rácio de danos por numero de milícias na história da guerra, e não podemos fazer nada para acabar com isso? Não, temos de fazer qualquer coisa.”
O jornalista independente Joe Bavier tem vindo a investigar recentes actividades do LRA para o Centro Pulitzer sobre Crises, baseado nos Estados Unidos. Bavier disse que o grupo espalhou-se em várias direcções depois de um falhado ataque conjunto a uma base do LRA, nas matas de Garamba, na República Democrática do Congo, por tropas de vários países africanos, com apoio logístico do governo americano:
“Eles estão em todo o lado. Espalharam-se no norte da República Democrática do Congo. Pilham e levam a cabo ataques no sul do Sudão. Joseph Kony e Okoto Odhiambo, um dos outros comandantes que é procurado pelo Tribunal Penal Internacional de Haia, teem estado a operar no sudeste da República Centro Africana. O impacto tem sido sentido numa área onde basicamente não existe uma protecção a civis.”
As Nações Unidas e grupos de ajuda estimam que o Exército de Resistência do Senhor tenha morto desde finais de 2008, mais de 2000 pessoas, raptado um número similar e deslocado centenas de milhar de outras.
Joseph Kony enfrenta várias dezenas de acusações, incluindo assassínio, escravatura sexual e violação. Negou as acusações que sobre ele impendem, auto-descrevendo-se como um combatente da liberdade guiado pelos 10 Mandamentos da Bíblia. Kony diz que as acusações contra ele são propaganda do governo do Uganda.