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Produtores fogem de leis ambientais no Brasil


Produtores fogem de leis ambientais no Brasil
Produtores fogem de leis ambientais no Brasil

Brasileiros estão dispostos a enfrentar falta de mão de obra e instabilidade política para plantar na África

Não é necessariamente a falta de terras para plantio no Brasil que tem motivado produtores brasileiros na busca pela expansão das fronteiras agrícolas para o continente africano. A Associação Mineira dos Produtores de Algodão (Amipa) organiza uma missão especial de produtores do estado de Minas Gerais para avaliar o uso de terras cedidas pelo governo de Moçambique para plantio por brasileiros. O presidente da associação, Lício Pena, explica que, no Brasil, as legislações ambientais e trabalhistas inviabilizam grandes projetos de crescimento.

“Nós estamos extremamente amarrados para crescimento e o mundo está crescendo, com muita gente para comer, para vestir. Eu acredito que estamos caminhando para um momento em que vai faltar, se não investirmos, cada vez mais, em plantio,” afirma.

Um representante da Amipa esteve, nas últimas semanas, em Moçambique onde fez sondagens iniciais para posterior envio de grupos maiores de agricultores. Já é o segundo estado brasileiro a fazer um movimento nesse sentido. Produtores rurais do Mato Grosso também têm se organizado para plantar algodão e soja em Moçambique.

Segundo os produtores, vários fatores estão sendo analisados antes da concretização do investimento naquele país africano. Um dos maiores entraves é a falta de mão de obra. “Esse é um grande gargalo, lá mão de obra praticamente não existe. Existe gente, mas não há qualificação. E esse é um dos intuídos do governo africano: que esse pessoal seja treinado e capacitado por nós brasileiros. É um das contrapartidas para se fazer o investimento naquele país,” explica Lício Pena.

O desejo de expandir as fronteiras agrícolas esbarra em outros desafios, mas, ao que tudo indica, os brasileiros parecem dispostos a enfrentar. Entre essas barreiras, está o problema da instabilidade política. “Isso é um critério que agente tem que analisar com muita consciência. Mas, já temos produtores brasileiros produzindo no Sudão, num país mulçumano com muita instabilidade política. Eles já estão na segunda safra e com bons resultados,” afirma.

Para a organização não governamental Green Peace, os brasileiros não têm a necessidade do enfrentamento de tantas adversidades para expandir suas fronteiras.

Para a representante da ONG, Tatiana de Carvalho, o produtor brasileiro não precisa de mais terras.O que é preciso fazer é ocupar melhor as terras que já foram degradadas. O Brasil tem 61 milhões de hectares de áreas de pastagens que estão subutilizadas. São áreas com alta aptidão agrícola que poderiam ser usadas para a agricultura. O Brasil, primeiro, precisa estudar como fazer o melhor uso do seu solo, como otimizar o uso das florestas. Elas têm diversos produtos que tem grande valor econômico se agente desenvolver uma tecnologia adequada para a sua exploração. Primeiro, é preciso olhar aqui para dentro e ver como otimizar esse grande patrimônio que agente tem no Brasil,” encerra.

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