Os três principais candidatos à presidência do Brasil não têm incluindo nas discussões da campanha eleitoral o debate sobre o futuro da relação Brasil-África. Pelo o que foi apresentado até agora - por Dilma Rousseff (PT), José Serra (PSDB) e Marina Silva (PV) - não é possível traçar um quadro de como será a política do Brasil com relação ao continente, tão presente no governo Lula, na próxima gestão.
As diretrizes de governo dos presidenciáveis, apresentadas junto ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), praticamente ignoram o tema. O assunto, quando tratado, aparece de forma extremamente genérica. Para o professor da Universidade Cândido Mendes do Rio de Janeiro, Edson Borges, de forma lamentável, a campanha dos candidatos deixou a desejar no sentido de apresentar propostas para política externa, com destaque para África.
Sem posicionamentos mais claros dos candidatos, o cenário futuro é desenhado com base em observação do que foi feito até hoje e em especulações. Para o especialista, do Centro de Estudos Afro-Asiáticos, no caso de um governo Dilma, o que se espera é a continuidade de algumas políticas para a África, mas sem o tom marcante e midiático da gestão Lula. Já a política de um eventual governo de José Serra nesse sentido, seria de total retrocesso. A conclusão, segundo Edson Borges, pode ser tirada com base em posições anteriores do partido dele, o PSDB.
Para mais detalhes da análise, ouça Maria Cláudia Santos
As eleições no Brasil acontecem no dia 03 de outubro. As pesquisas mostram Dilma Rousseff liderando a disputa com 51% das intenções de voto, o que garantiria à candidata uma vitória em primeiro turno. O segundo colocado José Serra tem 27% e Marina Silva conta com 11%.