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Moçambique: Afonso Dhlakama diz que vai aquartelar antigos guerrilheiros


Afonso Dhlakama, líder da Renamo durante as eleições de 2009 (Arquivo)
Afonso Dhlakama, líder da Renamo durante as eleições de 2009 (Arquivo)

Líder da RENAMO acusa o governo de partidarizar as forças armadas e promote revolução antes do Natal

O presidente da RENAMO, Afonso Dhlakama, anunciou hoje em Nampula que na próxima semana começa o aquartelamento dos seus ex-guerrilheiros, processo fortemente contestado pela FRELIMO, partido do Governo de Moçambique, que o denuncia como "perigoso" para a paz.

Segundo a Agência Lusa, Dhlakama falava durante uma conferência de imprensa na sua residência em Nampula, no norte de Moçambique, e ressalvou que a medida não tem como finalidade o retorno à guerra, mas garantir o melhor controlo dos seus desmobilizados e reformados, como forma de evitar que estes se envolvam em "eventuais desmandos".

O líder do maior partido da oposição moçambicana voltou a acusar o Governo de alegada violação do Acordo Geral de Paz, de 1992 que visava a criação de um único exército "imparcial e profissional, com cerca de 30 mil homens de ambos os lados".

Afonso Dhlakama sustentou estas suas acusações com o que descreveu de reformas compulsivas dos generais da RENAMO, enquanto os oficiais da FRELIMO, continuam com altas patentes e funções nas Forças Armadas de Defesa de Moçambique.

O presidente da RENAMO voltou a insistir na organização de uma "revolta nacional para retirar a FRELIMO do poder", a qual, disse, vai acontecer "antes do Dia do Natal" deste ano.

"Não vamos promover uma manifestação, mas uma revolta nacional para estabelecer uma ordem pública. É isso: queremos desalojar a FRELIMO das escolas, tribunais, hospitais e até dos negócios privados", disse Dhlakama.

Instado a comentar se as suas ameaças tinham motivações financeiras, o histórico dirigente afiançou que não vive do apoio financeiro do Governo, e que esta era a melhor forma de manter a democracia em Moçambique.

Afonso Dlhakama anunciou ainda que o seu partido não está interessado em concorrer às eleições intercalares nos municípios de Pemba, Cuamba e Quelimane, nas províncias de Niassa, Cabo-Delgado e Zambézia.

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