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Maputo, Segundo Dia de Protestos


Estrada para Aeroporto Internacional
Estrada para Aeroporto Internacional

Em Maputo, Moçambique, continuam a registar-se hoje, pelo segundo dia consecutivo, protestos contra o aumento dos preços. A polícia patrulha as ruas. A rádio estatal diz que o exército poderá ser enviado para as ruas.

Os protestos, que originaram segundo números oficiais seis mortos, ficaram a dever-se aos anunciados planos do governo de aumentar os preços da água e electricidade em 30 porcento, a partir de ontem, e o preço do pão em 25 porcento a partir da próxima segunda-feira.

Os protestos contra o aumento de preços são os segundos desde que o presidente Armando Guebuza, agora no seu segundo mandato, foi eleito em 2004. Os protestos em 2008 contra aumentos nos preços do combustível e alimentos resultaram em pelo menos três mortos.

O ministro do interior, José Pacheco, disse que o governo está a tentar identificar a origem das mensagens telefónicas e de correio electrónico que circulam desde terça-feira apelando aos residentes a aderirem aos protestos.

O ministro negou que a polícia tenha recorrido a balas verdadeiras, quando esgotou as de borracha. Mas responsáveis policiais que quiseram manter o anonimato conformaram o uso de balas verdadeiras. A polícia confrontou-se com os manifestantes, na sua maioria jovens, que lhes arremessavam pedras. Muitos carros e pneus foram incendiados, provocando inúmeras nuvens de fumo.

Apesar dos números oficiais colocarem o número de mortos em 4, fontes policiais e hospitalares falam de pelo menos 6 mortos e a STV fala mesmo de 10 mortos, 140 pessoas presas, e 32 lojas saqueadas, incluindo bancos.

O presidente Armando Guebuza falando ontem à noite condenou as mortes e a destruição de propriedade e apelou aos moçambicanos a restaurarem a calma, acrescentando que o governo fez progresso na implementação do seu plano estratégico de melhorar a produção alimentar, infra-estruturas e fornecer água potável e melhores escolas.

Moçambique depende grandemente, em termos alimentares, das importações da África do Sul, onde os preços têm vindo a aumentar e cuja moeda tem vindo a apreciar face ao metical.

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