RENATO - Olá, Ana, olá, ouvintes! Uma vacina brasileira com base em uma proteína pode vir a ser a primeira produzida contra a esquistossomose.
ANA - Não se fala muito nessa doença, mas a verdade é que ela constitui um problema bastante grave.
RENATO - Sim, uma vez que afeta 20 milhões de pessoas e causa 200 mil óbitos por ano no mundo.
ANA - A esquistossomose é causada por um platelminto, que é um pequeno animal invertebrado, hermafrodita, conhecido como Schistosoma e que é parecido com um verme.
RENATO - Os sintomas mais comuns da esquistossomose são anemia, febre e diarreia.
ANA - A vacina brasileira de que estamos a falar foi desenvolvida a partir do trabalho da médica Mirian Tendler.
RENATO - A doutora Tendler descobriu uma técnica para isolar a SM14, que é uma proteína vital para o agente causador da esquistossomose.
ANA - Ainda este ano a vacina deverá ser testada em seres humanos e, se for eficaz, poderá chegar a ser comercializada até o ano 2015.
RENATO - Outro assunto, Ana: o acesso aos remédios contra a SIDA continua a ser insuficiente na América Latina, onde há cerca de dois milhões de seropositivos. Menos de 25% deles recebem tratamento.
ANA - Segundo Pedro Cahn, presidente da fundação Huésped, que luta contra a SIDA na Argentina, o amplo acesso aos antirretrovirais na América Latina é um "mito".
RENATO - "O número de pessoas que recebem tratamento não aumenta há sete anos", afirmou Cahn.
ANA - Um factor agravante é que dois terços destes tratamentos se concentram em apenas três países - Brasil, Argentina e México.
RENATO - Outro problema é que na América Latina os fundos disponíveis não se destinam aos grupos sociais mais afectados pela SIDA.
ANA - Por exemplo, a ONU estima que 40% das novas infecções pelo HIV ocorrem entre homens que têm relações sexuais com outros homens...
RENATO -... mas só 10% dos fundos disponíveis são investidos em medidas preventivas para esse sector da população.
ANA - Quanto aos direitos dos seropositivos, vários activistas latino-americanos tem denunciado que, apesar dos mais recentes avanços, existe uma grande diferença entre a legislação e a realidade no terreno.
RENATO - A mexicana Gloria Carreaga, psicóloga da Universidade Autónoma do México, chamou os governos latino-americanos de "simuladores".
ANA - Segundo ela, esses governos "assinam muitos acordos, mas depois não agem".
RENATO - Em muitos países em desenvolvimento, a prevalência da asma infantil está a aumentar... ANA -... ao contrário do que ocorre nos países desenvolvidos, onde ela se estabilizou, ou está a diminuir. RENATO - Esse assunto foi tema de debate no recente Congresso Internacional de Pediatria - realizado na África do Sul. ANA - De acordo com os especialistas da Universidade da Cidade do Cabo, na África do Sul, as principais causas para o aumento dos casos de asma entre as crianças, são... RENATO -... as mudanças na dieta ou estilo de vida, o desenvolvimento econômico e o aumento na exposição a alérgenos ou poluentes. ANA - Outro assunto, Renato: Angola |
organizou recentemente uma maciça campanha de vacinação contra a pólio, de nível nacional.
RENATO - O objectivo foi imunizar pelo menos 3 milhões de crianças
ANA - O dr. Koen Vanormiligen, representante do Unicef em Angola, afirmou estar confiante em que é possível eliminar a pólio, assim como foi feito em outros países. Mas será necessária a mobilização de toda a comunidade.
RENATO - Angola já esteve livre do poliovirus, mas foi reinfectada, e hoje constitui motivo de preocupação, conforme disse, em entrevista incluída no nosso programa anterior, o porta-voz da Campanha para a Erradicação Global da Pólio, Oliver Rosenbauer.
ANA - Vamos esperar então pelo divulgação dos resultados da presente campanha para verificar se desta vez não ocorreu o que vinha ocorrendo nos últimos tempos, ou seja, um grande número de crianças deixadas de lado , sem serem vacinadas.
RENATO - E agora, para finalizar, uma noticia curiosa, Ana. Habitualmente, se diz que uma criança mimada não fica preparada, quando crescer, para enfrentar as dificuldades da vida.
ANA - Isso faz sentido, porque uma criança cuja mãe facilitou tudo para ela, ficará decepcionada e sem saber o que fazer quando perceber que a vida do adulto não oferece o mesmo clima paradisíaco de sua infância.
RENATO - No entanto, agora um estudo publicado no "Jornal de Epidemiologia e Saúde Comunitária", uma revista americana, diz exactamente o contrário.
ANA - Sim, os pesquisadores investigaram como certas crianças de 8 meses foram tratadas pelas respectivas mães e depois foram ver como elas se tornaram na vida adulta.
RENATO - Pois bem. Em comparação com outras crianças menos mimadas, aquelas que tinham sido tratadas com cuidados e carinho intensos, ficaram, aos 34 anos, adultos mais equilibrados e tranquilos.
ANA - Segundo os autores do estudo, vínculos afectivos fortes estabelecidos a partir da primeira infância, fornecem uma base sólida para uma pessoa ter equilíbrio emocional, e assim superar as dificuldades da vida de adulto.