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Europeus "fecham os olhos" a abusos chineses dos direitos humanos


Activista Ai Weiwei
Activista Ai Weiwei

Por causa da crise da divida na Europa, há reluctância em criticar abertamente a China

O primeiro ministro chinês Wen Jiabao concluiu uma digressão pela Europa tendo assinado vários acordos comerciais no valor de biliões de dólares.

As nações europeias estão cada vez mais a procurar o investimento chinês para revitalizar as delapidadas economias.

No entanto, os críticos sustentam que a Europa não deve apressar-se a enveredar pelas trocas comerciais com uma nação que é acusada de violações dos direitos humanos.

Nas capitais europeias, cerimónias faustosas acolheram Wen Jiabao.

Em Londres, o primeiro-ministro chinês passou revista a uma guarda de honra. Em Berlim – a chanceler Angela Merkel ofereceu-lhe um jantar numa mansão à beira de um lago.

As calorosas recepções europeias foram salientadas nos comentários feitos por Jiabao numa conferência de imprensa.

“Acreditamos na economia europeia e no euro,” sublinhou Wen, “e vamos comprar níveis substanciais da divida de algumas nações europeias se tal for necessário.”

Wen assinou, na Alemanha, acordos no valor de 15 biliões de dólares – incluindo a aquisição de aviões europeus da Airbus.

Os cheques da China não têm sido bem recebidos por todos. Manifestantes que reclamam a libertação do Tibete acompanharam a deslocação de Wen.

Organizações dos direitos humanos sustentam que a situação na China piorou desde o inicio das manifestações em favor da democracia no mundo Árabe.

Sam Zafiri integra a Amnistia Internacional.

“Na realidade a China regrediu significativamente. A situação dos direitos humanos na China é a pior da última década.”

Um exemplo, afirma Zafiri, foi a detenção do artista e activista político Ai Weiwei que foi detido em Abril, alegadamente por evasão fiscal. Hu Jia, um outro activista, foi libertado poucos dias antes da visita de Wen Jiabao à Europa.

Zafiri acrescenta a existência de dezenas de activistas, de advogados, de dissidentes que enfrentam grandes restrições na capacidade de comunicarem.

Enquanto a Europa luta com a crise da divida, os analistas são relutantes em criticar abertamente a China quando se encontram em jogo biliões de dólares em negócios para concretizar.

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