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A SIDA e a Copa Mundial


O país chegou a um estado em que pode ser que em cada cinco pessoas que passam na rua uma delas esteja infectada

RENATO - A realização da Copa do Mundo de Futebol na Africa do Sul chamou mais uma vez a atenção para a situação da SIDA naquele país africano.

PAULO - A África do Sul tem uma altissima taxa de infecção pelo HIV. A médica Mariette Botes, do Muelmed Hospital, em Pretória, explica que embora a prevalência seja sobretudo na população negra, que constitui 90 por cento do total da população, a SIDA ataca todas as raças e idades e em qualquer parte do país, especialmente nas províncias do norte.

RENATO - O país chegou a um estado em que, diz a especialista, pode ser que em cada cinco pessoas que passam na rua uma delas esteja infectada.

PAULO - Dados do Programa Conjunto das Nações Unidas para o HIV e Aids (Unaids) indicam uma soroprevalência na África do Sul de 18,1. Entre as mulheres grávidas, é ainda maior: 29%.

RENATO - O país tem uma variação significativa na soroprevalência por província, variando de 39,1% em KwaZulu-Natal para 15,1% em Western Cape.

PAULO - Apesar dos avanços, a Africa do Sul ainda tem como maior desafio a mudança de hábitos tradicionais que propagam o vírus, tais como parcerias sexuais múltiplas e concorrentes sem o uso constante do preservativo.

RENATO - O presidente Jacob Zuma, o mesmo que lançou um audacioso plano contra a SIDA e foi a público fazer o teste de HIV, admitiu em 2006 ter mantido relações sexuais sem camisinha com uma mulher com HIV

PAULO - A mudança de comportamento da população sul-africana, segundo especialistas, ainda levará muitos anos para concretizar-se.

RENATO - Outro assunto: a proibição de fumar em locais públicos se traduz numa diminuição do risco de enfarte.

PAULO - É o que revela estudo publicado no British Medical Journal. Depois que a medida foi adoptada no Reino Unido, em 1 de Julho de 2007, as admissões nos hospitais por crise cardíaca baixaram 2,4%,

RENATO - Michelle Sims, da Universidade de Bath, uma das responsáveis pela investigação, comentou: “Uma redução de 2,4% pode parecer modesta, mas representa uma economia de 1200 admissões nas urgências durante o primeiro ano de aplicação da lei de interdição de fumar”.

PAULO - Um painel de especialistas, em depoimento no Congresso norte-americano, pediu que o Governo proporcione incentivos à indústria farmaceutica para que produza novos antibióticos em substituição àqueles aos quais as bactérias se mostram resistentes.

RENATO - A Dra. Janet Woodcock, alta funcionária da FDA, a agencia governamental que regulamento os medicamentos nos Estados Unidos, concordou com o painel de especialistas quanto á necessidade de encontrar meios de encorajar as empresas a fabricar novos antibióticos.

PAULO - Por outro lado, ela advertiu para a existencia de um sério obstáculo. É que os cientistas não concordam sobre quais os critérios a serem usados a fim de comprovar a eficiencia de um antibiótico.

RENATO - De nada adianta, disse ela, jogar no mercado um novo produto que nao seja melhor do que os existentes, que já estão a enfrentar a resistencia das bactérias.

PAULO - A dra. Woodstock informou que a FDA vai divulgar nos próximos seis meses novas diretrizes para a produção de antibióticos.

RENATO - E agora, outro assunto: um estudo divulgado por um grupo de activistas denominado ACTION, financiado pela Fundação Bill e Melinda Gates, diz que os biliões de dolares empregados, na ultima década, para apoio aos programas de saúde na Africa sub-saariana pelo Banco Mundial e outras agencias têm sido ineficientes.

PAULO - O documento, que focaliza sobretudo a tuberculose, alega que o motivo disso é que a abordagem do Banco é muito ampla , visando sobretudo a reforma da estrutura dos sistemas nacionais de assistencia à saúde, e perde-se, portanto, em generalidades.

RENATO - O Banco Mundial respondeu à critica, dizendo que o relatório é parcial, e não percebe o real significado da assistencia prestada à Africa.

PAULO - Combater uma determinada doenca, como, por exemplo, a tuberculose, é importante, diz o Banco Mundial. Mas também é importante lidar com a situação da saúde publica como um todo.

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