As autoridades angolanas ainda não reagiram ao relatório embora deixem a entender que estão conscientes da implantação deste fenómeno na sociedade, num país com altos índices de pobreza e com dificuldades no controlo das suas fronteiras.
Algumas discórdias com as organizações não governamentais que trabalham neste domínio decorrem sobretudo da disparidade nas estatísticas e no modo como elas são publicadas.
Para o governo, seria conveniente que antes da publicação os dados fossem partilhados, o que contraria o carácter autónomo do trabalho destas organizações, situação que cria por vezes algumas fricções.
Estas foram explicações dadas a instantes pela directora do INAC – Instituto da Criança, órgão vocacionado para o tratamento dos direitos dos pequeninos em Angola. Ela não aceitou gravar a entrevista que propusemos, no âmbito deste relatório.
Ruth Mixinge admitiu contudo que é na região das Lundas, Huíla e Benguela as províncias de maior ocorrência deste tráfego e remete para o ministério do Interior enquanto entidade governamental com disponibilidade de melhores dados.
Sérgio Kalundungo é director Geral da ADRA. “A exploração infantil é um problema antigo...””A única novidade para Angola” diz, “é o tráfego transnacional.”
A ADRA é uma organização não governamental com trabalhos desenvolvidos neste domínio. Factores sócio-culturais que têm haver com a aprendizagem do trabalho, a pobreza e a perda de autoridade por parte dos pais, susceptibilizam a exposição das crianças.