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"Governos dão mais atenção ao petróleo que às pessoas"


Pescadores no Delta do Niger (Nigéria) fazem face a problemas ambientais crescentes como resultado da exploração desenfreada do petróleo
Pescadores no Delta do Niger (Nigéria) fazem face a problemas ambientais crescentes como resultado da exploração desenfreada do petróleo

Catherine Dupe Atoki, Comissária africana dos Direitos Humanos não poupou críticas à gestão do petróleo e da pobreza no Golfo da Guiné

Conferência em Abuja sobre o petróleo e a pobreza

A Comissária para os Direitos Humanos e Povos da União Africana acusou hoje os governos do Golfo da Guiné de darem mais importância a riqueza petrolífera que a vida das populações.

Catherine Dupe Atoki falava hoje durante a abertura de uma conferência em Abuja, na Nigéria, sobre a riqueza petrolífera e a pobreza nos países da sub-região.

A Comissária africana disse que para todos os governos da região do Golfo da Guiné, as riquezas são mais importantes que a vida humana.
A pobreza, a má governação, a degradação do meio ambiente, a delapidação dos recursos, a guerra e a corrupção generalizada são segundo Catherine, os grandes obstáculos para a transparência e gestão responsável dos recursos petrolíferos e contribuem para a violação dos direitos humanos e a não redistribuição da riqueza as populações.
Angola, Nigéria, Congo e Guiné equatorial segundo aquela responsável são os que apresentam um quadro mais endémico de ponto de vista do desenvolvimento social, político e económico.
Nesses países existe um paradoxo entre a enorme riqueza petrolífera que possuem e a miséria generalizada da população.
Para garantirem o controlo do poder os governos desses Estados segundo Catherine adoptaram o imperialismo e o militarismo. Violam constantemente os direitos humanos e restringem as liberdades dos cidadãos, afirmou.
A intervenção da sociedade civil é um instrumento que pode contribuir para mudança do quadro.
O director da fundação Open Society em Angola, Elias Isack criticou o ocidente por deturpar a realidade política, social e económica da região.
A imagem que é difundida pela imprensa internacional não reflecte a realidade social em quase todos os países do Golfo da Guiné.
Em relação a Angola, o director da fundação Open Society , Elias Isac, as riquezas petrolíferas estão longe de beneficiarem os cidadão e apelou para um papel interventivo da sociedade civil na defesa dos interesses da população.
A reunião aberta hoje em Abuja vai igualmente examinar os padrões de exploração dos recursos energéticos face ao acesso limitado a nível nacional nos países africanos. As disputas fronteiriças com a presença de recursos petrolíferos também merecerão reflexão dos peritos presentes no encontro.
A conferência é uma iniciativa da Fundação Open Society que reuniu peritos para analisar o problema de transparência dos fundos petrolíferos e a redistribuição da riqueza nos países membros do Golfo da Guiné.

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