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Fome continua a afectar África - Relatório


Documento apresenta propostas concretas para se combater o flagelo;culpa situação em "más políticas".

África continua a passar fome

Apesar de níveis de crescimento impressionante através de África, muita população no continente continua a não usufruir de segurança alimentar.

Essa é a principal conclusão do Relatório sobre Desenvolvimento Humano em África dado a conhecer hoje em Nairobi no Quénia em que são feitas também recomendações específicas para se melhorar essa situação.

Pouco antes da publicação do relatório o presidente queniano Mwai Kibaki apresentou um retrato sombrio da situação de segurança alimentar em África afirmando que 30% da população africana ou seja 239 milhões de pessoas sofrem de fome crónica ou subnutrição.

Para além disso 38% das crianças com menos de cinco anos de idade estão atrofiadas devido à subnutrição crónica.
Isto apesar das economias africanas terem crescido desde 2010 a um ritmo superior a 5% havendo projecções desse crescimento continuar.

O autor do relatório Tegegnework Gettu, director do Bureau regional em Nairobi do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento descreveu de um “paradoxo cruel” o facto de existir insegurança alimentar em África quando o continente possui amplas quantidades de terras férteis, grandes superfícies e água subterrânea e o clima ideal para a agricultura.

Gettu disse que má política, falta de empenho político e fracas instituições são o que descreveu de “causas profundas” da insegurança alimentar.

“A História não é destino,” disse ele.

“Os peritos, os investigadores concluíram que os africanos não estão destinados a passar fome,” acrescentou Gettu para quem o problema “pode ser resolvido numa questão de tempo, desde que os governos avancem decisivamente para estabelecer políticas apropriadas e mecanismos de apoio”.

O primeiro relatório de Desenvolvimento em África, hoje publicado em Nairobi, tem como tema inaugural “Um futuro alimentar seguro”.

O relatório define a insegurança alimentar como a incapacidade de consistentemente se receber a calorias e nutrientes necessários para uma vida produtiva e saudável.

O documento afirma que a produtividade agrícola em África permanece muito abaixo de outras partes do mundo. Mesmo quando há alimentos milhões de pessoas não têm os meios para os comprar.

O documento diz ainda que as mulheres e os pobres das zonas rurais, que são os maiores produtores de alimentar, são vítimas muitas vezes de discriminação.

Para se melhorar a segurança alimentar através do continente o relatório recomenda que os governos apliquem determinadas e politicas em quatro áreas específicas.

A primeira recomendação é o aumentar da produtividade dos pequenos agricultores dando-lhes acesso a melhores sementes e fertilizantes, aumento de serviços de apoio, novas tecnologias e crédito.

A segunda recomendação é melhorar a nutrição através da educação especialmente de raparigas e daqueles que vivem em áreas isoladas sobre o que comer.

A terceira é o fortalecimento de indivíduos e comunidades oferecendo redes de segurança social, seguro de colheitas, programas de alimentos por trabalho, reparação de ambientes degradados e outras iniciativas.

Finalmente o relatório recomenda que as mulheres e outras pessoas marginalizadas recebam mais acesso à terra, a capacidade de participarem em decisões e outros direitos.



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