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Porque é que o povo Tchokwe quer a autonomia das Lundas


Porque é que o povo Tchokwe quer a autonomia das Lundas
Porque é que o povo Tchokwe quer a autonomia das Lundas

Sob um Acordo de Protectorado celebrado entre nativos Lunda-Tchokwe e Portugal nos anos 1885 e 1894, o território firmou estatuto internacionalmente reconhecido.

Porque é que o povo Tchokwe quer a autonomia das Lundas

A região autónoma das Lundas, rica em diamantes, é reivindicada por nativos descendentes de famílias locais e sobretudo seus intelectuais.

Sob um Acordo de Protectorado celebrado entre nativos Lunda-Tchokwe e Portugal nos anos 1885 e 1894, o território firmou estatuto internacionalmente reconhecido.

Portugal teria ignorado a condição do reino quando se dignou negociar a independência de Angola entre 1974/1975 apenas com os movimentos de libertação.

Os documentos que são publicados, em geral distribuídos por partidários da Comissão do Manifesto Lunda, criticam a Conferência de Berlim realizada em 1885 que delimitou fronteiras dos países do continente africano.

Segundo documento a que tivemos acesso, atribuído a Comissão dos Lundas, citamos, “A divisão de África não respeitou nem as relações étnicas e mesmo familiares dos povos do continente”.

Um enraizado sentimento de descontentamento detectado nos residentes locais, devido a assimetrias de desenvolvimento entre o litoral e o interior do país, levou a que os reivindicadores escrevessem a Eduardo dos Santos no dia 3 de Agosto de 2007.

Segundo o Manifesto, com base numa lei de 1955, nº 8909, Portugal concedeu à Lunda um reconhecimento do seu estatuto de Estado.

Na carta avançada, os herdeiros lundas manifestavam o seu desejo, trocar a independência pela obtenção dum estatuto de mais autonomia administrativa e financeira efectiva.

As detenções tiveram início em Abril de 2009 no Dundo, onde mais de 30 pessoas foram para a cadeia do Kondoeji, na sequência de panfletos pro-independência, postos a circular.

Jota Filipe Malakito que é o coordenador do grupo, foi detido em Maio do mesmo ano aqui em Luanda.

Partidário dum Estado unitário centralizado, o governo não reage bem a ideia da concessão de mais autonomia às regiões. Quando o diz não passa de teoria. Nem se quer a ideia das eleições autárquicas constantes da Constituição sai do papel.

Os executivos no poder justificam-se, com argumentos segundo os quais, atribuir mais autonomia seria igual a dar início ao processo de desintegração, ameaçadora da unidade nacional.

Segundo analistas que acompanham o dossier, neste caso em concreto, se a detenção de Malakito e pares tiver atingido um dos seus objectivos principais, que é de mera intimidação, a autonomia pode ter ficado adiada longos anos.

Depois de tudo que aconteceu, resta também saber qual o estado de espírito dos activistas e sobretudo como responderão as autoridades ao desejo de mais autonomia administrativa e financeira dos Lundas.

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