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Angola: Veteranos deficientes têm reintegração problemática


Silva Lopes Etiambulo, Presidente da Associação dos Deficientes de Angola
Silva Lopes Etiambulo, Presidente da Associação dos Deficientes de Angola

Existem no país mais de 150 mil deficientes e só 10 mil foram reintegrados na força de trabalho.

Em Angola muitas dezenas de milhar de deficientes, na sua maior parte ex-combatentes, confrontam-se com sérios problemas para o regresso ao mercado do trabalho.

Dados estatísticos indicam que existem no país mais de 150 mil deficientes. Cerca de uma dezena de milhar já foram reintegrados no marcado de trabalho no âmbito do programa “ Vem Comigo” da Associação dos Deficientes de Angola, mas, de acordo com o presidente da associação, Silva Lopes Etiambulo, aquele número é apenas uma gota de água no oceano.

Agostinho Mwafane, é deficiente de um dos membros inferiores, desde os 22 anos. O seu braço esquerdo ficou paralisado após ter sido atingido por uma bala dispersa durante o conflito armado no país.

Com o rosto cansado, Agostinho, contou-nos que depois deste incidente a sua vida nunca mais foi a mesma e que perdeu o emprego por incapacidade. O preconceito e a discriminação, eram visíveis na maior parte das instituições onde bateu a porta.
E assim foi durante longos anos, até encontrar a Associação dos Deficientes de Angola, ANDA, criada com o propósito de reintegrar no mercado de trabalho pessoas que perderam a visão ou um dos membros superiores e inferiores ou mesmo amputados durante a guerra civil.

Fora do mercado do trabalho, muitos dos deficientes residentes em Luanda, estendem as mãos para sobreviver. De acordo com o presidente da Associação dos Deficientes de Angola, a maior parte destas pessoas que vêm nas ruas uma forma de subsistência são antigos combatentes, dai a necessidade de hoje merecerem uma atenção especial por parte do governo.

Hoje o projecto é mais abrangente, a criação do “ Vem Comigo Também” é um subprojecto que surgiu da necessidade de se reintegrarem também os civis vitimas de minas.

Ouça a reportagem da Esperança Gaspar.

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