Milhares de apoiantes do ex-presidente protestam no país contra a prisão de Lula.
A ordem de reclusão expedida pelo juiz Sérgio Moro é tida como uma das mais rápidas entre os condenados da Lava Jato, que estavam soltos.
No caso do petista, ele será preso nove meses após sentença; outros casos duraram de 18 a 30 meses.
O cientista político, Malco Camargos, critica a decisão, e diz que a acção coloca em xeque à imparcialidade da justiça brasileira.
“Se o ex-presidente é um réu como qualquer outro, como tem sido dito por membros do judiciário os prazos do processo bem como do encaminhamento de decisões deveriam ser iguais a outros processos na mesma situação", diz.
Camargos realça que "esse tipo de acção do judiciário em busca de oportunidades e holofotes em nada contribui para a solução da crise ética e moral em que o país se encontra, bem como dificilmente deixará um legado de real desejo de combate à corrupção”.
Em Brasília, há promessa de guerra dos manifestantes a favor de Lula da Silva.
Para um dos lideres do MST – Movimento dos Trabalhadores Rurais em Terra – Sílvio Neto, essa ordem de prisão provoca no Brasil uma convulsão social.
“Essa decisão não será aceita com passividade pelo povo brasileiro. Faremos todas as formas de mobilização, desde a greve de fome, às marchas, às ocupações nos centros das grandes cidades e dos latifúndios. Não tenham dúvidas de que essa parcela da elite brasileira e internacional golpista não terá nenhum momento de sossego”, afirma.