Os Estados Unidos alertam, mais uma vez, o Governo da Rússia que Washington e seus aliados responderão “com força e de forma resoluta” a novas agressões militares contra a Ucrânia, mas esperam que Moscovo procure a via diplomática para resolver a crise.
O aviso foi renovado nesta quarta-feira, 19, pelo secretário de Estado, Antony Blinken, em entrevista à chefe do escritório da Europa Oriental da VOA, Myroslava Gongadze, em Kiev, na Ucrânia.
“Oferecemos à Rússia uma escolha clara, uma escolha entre procurar o diálogo e a diplomacia, por um lado, ou o confronto e as consequências, por outro”, começou por afirmar Blinken na conversa em que lembrou que “acabamos de nos envolver numa série intensa de compromissos diplomáticos com a Rússia, directamente entre nós, através do Diálogo de Estabilidade Estratégica na NATO, com o Conselho Rússia da NATO na Organização para Cooperação em Segurança na Europa”.
“A minha esperança continua a ser que a Rússia seguirá esse caminho diplomático. É claramente preferível”, sublinhou o chefe da diplomacia americana.
Severas consequências
“Nós deixamos igualmente claro que se a Rússia optar por renovar a sua agressão contra a Ucrânia, nós, e não apenas nós, os Estados Unidos, nós, muitos países, em toda a Europa, e até mesmo além (da Europa), responderão com muita força e determinação e de três maneiras”, acrescentou.
A primeira, segundo Blinken, passa por uma série de “extensas sanções, controlos financeiros, económicos, de exportação e outros...”, mas questionado sobre detalhes, afirmou que “não podia avançar”,
Uma segunda consequência, é “quase seguramente mais assistência, assistência militar defensiva, à Ucrânia”, enquanto a terceira passa pelo reforço das defesas da NATO no leste europeu.
Forte parceria contra potencial invesão da Ucrânia
O secretário de Estado considerou “impressionante” que o Presidente russo, “num regresso a 2014, conseguiu precipitar o que ele diz que quer evitar, porque, entre outras coisas, a NATO teve que se reforçar depois que a Rússia invadiu a Ucrânia, tomou a Crimeia, o Donbass”.
Ante a pergunta da VOA se está sobre a mesa das sanções a retirada da Rússia do sistema mundial de transferências bancárias, por exemplo, e sanções contra Vladmir Putin e seus familiares, Antony Blinken reiterou que “o G7, as principais economias democráticas do mundo, a União Europeia, a NATO, todos declararam, como instituições, como um conjunto de países, que haverá e passo a citar `consequências massivas` para a Rússia, se voltar a agredir a Ucrânia”.
As medidas serão muito severas, segundo o secretário americano que nesta quarta-feira, encontrou-se com o seu homólogo ucraniano,Dmytro Kuleba, e foi recebido pelo Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenskiy, quem no Twitter escreveu estar “grato pelo apoio político e de segurança dos EUA”.
Novos encontros
Na quinta-feira, 20, Antony Blinken estará em Berlim para encontros com os seus parceiros alemão, britânico e francês.
“Fizemos tudo em estreita consulta antes e depois de qualquer um dos nossos compromissos com a Rússia”, referiu.
Na sexta-feira, Blinken avista-se em Genebra com o seu homólogo russo, Sergei Lavrov, e os dois vão apresentar as suas respectivas posições e tentar encontrar um compromisso.
Questionado pela VOA que se viu algum sinal de que o Kremlin pode mudar o seu posicionamento actual, o chefe da diplomacia americana respondeu que “infelizmente, continuamos a ver a Rússia a acumular forças muito importantes na fronteira com a Ucrânia, e esse processo parece continuar”.
Entretanto, o facto de ambos os lados poderem reunir-se em Genebra, de terem havido conversas, “sugere que a diplomacia continua a ser uma possibilidade aberta, que estamos determinados a perseguir o mais longe que pudermos”.
“É a melhor forma e a mais responsável de lidar com esses problemas”, concluiu o secretário de Estado Antony Blinken.