O antigo governador do Banco Nacional de Angola (BNA), Valter Filipe, disse no Tribunal Supremo, em Luanda, ter sido ameaçado de morte em três ocasiões no processo em que é acusado de branqueamento de capitais e peculato.
“Este processo não é meu, eu sou peixe miúdo”, sublinhou nesta sexta-feira, 20, o antigo governador do BNA, que voltou a citar José Eduardo dos Santos como sendo o coordenador de todo processo.
Ele reiterou também ter informado o actual Presidente, João Lourenço, de todo o processo.
Frente às ameaças, o advogado de defesa do antigo governador, Sérgio Raimundo, pediu ao Ministério Público para formalizar uma queixa das denúncias feitas por Filipe.
Refira-se que Valter Filipe, que tem problemas de saúde relacionados com apneia, voltou a sentir-se mal e a audiência foi interrompida por cerca 20 minutos.
O antigo governador continua a responder no Tribunal.
Em julgamento está a transferência de 500 milhões de dólares do BNA para um banco no Reino Unido, alegadamente para criar um fundo de 30 mil milhões de dólares para a economia de Angola, que o Ministério Público diz ter sido ilegal.
Além de Filipe, estão no banco dos réus o antigo presidente do Fundo Soberano de Angola, José Filomeno dos Santos, o empresário Jorge Gaudens e o antigo director do Departamento de Gestão de Reservas do banco central, António Samalia Bule Manuel, que depõe hoje.
Entretanto, em entrevista nesta manhã à rádio MFM o genro de José Eduardo dos Santo, Síndica Dokolo, marido de Isabel dos Santos, disse que este processo está a afectar bastante a vida de dos Santos.