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Angolanos vivem no medo de falar, do Estado e da polícia, diz psicóloga


Outro especialista recomenda não generalizar.

A psicóloga clínica Maria da Encarnação Pimenta acredita que os angolanos de uma maneira geral padecem de medo patológico.

A especialista que falava num palestra em Luanda sobre a relação nas escolas entre encarregados de educação e professores, considerou que o facto de os angolanos sentirem medo de tudo atrapalha a vida dos cidadãos, em particular dos estudantes.

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A psicóloga clínica disse que alguns factos históricos tornaram o angolano medroso patológico.

''Fui buscar os acontecimentos do 27 de Maio como exemplo para dizer que as pessoas têm medo de falar, têm medo do estado, medo da polícia, dos militares, têm medo de tudo, portanto as pessoas vivem sobre o medo'', citou Pimenta, para quem o medo do angolano é tanto que se tornou patológico, ou seja uma doença e isto requer tratamento.

''As pessoas têm medo do marido em casa, têm medo do vizinho, até do gato preto que anda no telhado de casa, dizemos que é feiticeiro, portanto isto é um medo patológico, é mau, é negativo quer dizer padecemos de fobias'', acrescentou.

Por seu lado, o sociólogo e demógrafo João Lukombo Zatuzola considera que as generalizações não são muito aconselháveis.

''Perante algumas situações há capacidades que transcendem o medo, correm risco e desafiam o medo”, disse.

“Eu quero relativizar o medo dos angolanos pois isso depende de momentos históricos e da capacidade dos actores de enfrentarem riscos e desafios contra o medo'', acrescentou.

Zatuzola indica o caso dos conhecidos 17 activistas para sustentar a sua tese de relativizar as coisas.

''O caso dos 15 mais duas por exemplo em que desafiaram o medo, mesmo perante julgamento demonstrou coragem quando diziam que não estavam de acordo com o motivo de que eram acusados, então estes jovens mostraram coragem'', concluiu.

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